30 de nov. de 2009

Da primavera ao verão, o amor das cinzas.

Cada dia hora, minutos e segundos. Enquanto na primavera as flores nascem com a calmaria de um pássaro construindo seu ninho, no verão tudo é vida.
Quando descobri sua existência já era tarde, uma flor murcha que tinha no meu jardim e nem lembrava seu nome, nasceu da primavera com belas pétalas, mas seus espinhos não deixavam com que a água e todo o carinho fossem até ela. Ao insistir, minhas mãos ensangüentadas pedia socorro.
O verão chegava com suas chuvas de rotina e seu belo sol.
Foi um dia que sentei na varanda, esperando a chuva passar, que meus olhos se maravilhavam. A flor florescia mais que todas as outras.
Eu não sou Deus, se fosse, eu não existiria. Ela simplesmente completou seu ciclo, morreu pra renascer, fluir, voltar, acordar...
Tenho em mim todos os sonhos do mundo. Esta flor, tão bela agora, faz parte dos meus sonhos.

não perca tempo

Eu vou pegar um trem pra próxima estação. Não quero nem saber da mala e documentos.
Quero me ver livre desta impaciência desumana, me sinto objeto.
Pensava que seria uma viagem espacial, pelas estrelas. Pura realidade. A ficção se perdeu pela história, pelo passado. Não há pegadas onde ninguém andou, se andou, as pegadas se perderam pela maré.
Flores por todos os cantos, em cada sorriso um mundo, em cada mundo uma neurose múltipla de desilusões.
Na vida toda, a melhor estação é aquela que está por vir. Não tem fim. As vezes dá pra chegar nas estrelas, noutras, é uma mera ideologia.
Estou insuportável, preciso do novo...do novo...

"cuidado brother, cuidado sábio senhor
É um conselho sério pra vocês
Eu morri e nem sei mesmo qual foi aquele mês" metro linha 743 - raul

29 de nov. de 2009

todos os fins

Já na quinta, a cerveja gelada. As meninas tão meninas e putas, aparecem pelas esquinas e viram televisão de churrasco. Tudo deu errado ou certo. As duas, relembrando na saudade de uma idade ainda menor, quarta série?? Sei lá...mais elas sentiram que a chance era aquela. A cerveja marcada não paga. Onde está todo o dinheiro?
Acabou!
Acordar, trabalhar e viajar. A professora faltou, perdeu o avião? Acidente? É uma puta que merece a morte de todos os neurônios. No sábado, no sebo, comprei discos. Na tarde, a festa, na festa, a festa, danças simpáticas de garotas sorrisos. Entre um gole e outro, um amigo vira menina. Onde? Cadê? Não sei, sumiu...
Isso não importa...importa é q já cheguei, já estou pronto pra mais uma semana. Ela nunca diz olá, não fala que quer ir para o universo, nem nada.
estou escrevendo neste inferno pra esperar o celular restaurar toda configuração.
até

25 de nov. de 2009

Cansei das crises sem motivo. Do dia quente sem verão.
Não há melhor descoberta que o silêncio de um quarto escuro.
Escuto vozes debaixo da cama, entre tantas, nenhuma eu conheço, pelo contrário, não entendo nem a mim, imagine descobrir o outro.
A solidão é real pra qualquer um. Do mais apaixonado ao desleixado cortador de cana que acaba com a grana na mesma cana. No dia a dia, nos desejos que se reprimem, sufocados, neurotizados, se encontra uma sociedade que consegue ter uma razão comum. O trabalho, poder do objeto, o indivíduo, animal com cabeça fraca, as tantas nostalgias da vida.
Não consigo raciocinar minha imagem no espelho. A garganta cortada, os pulsos moídos, o cérebro coração de razão, memória de uma vida que poderia ser melhor ou pior.
Não existe o final, os desejos infinitos, os sentidos infinitos, só queria alguém pra me distrair por alguns minutos.

24 de nov. de 2009

No sonho eu matava uma pessoa que nem conhecia mas sabia de sua importância de morte para que minha vida pudesse continuar. Com um pandeiro nas mãos, esfolei seu rosto no chão até não escutar os pulmões do desgraçado desconhecido.
Em casa, meu cachorro morto, suicídio? Deixei ele tão solitário...é só arrumar um novo com o mesmo nome. Não há cura para quem não sente dor...só saudade.
Aproveite o resto de sua vida. Vou pulando do barco, deixando a onda levar. adeus.
Não há pior caminho do que o conhecido, os olhos já nem querem ver o perigo na frente. Está cedo pra perder qualquer vontade, está cedo pra tirar a roupa de guerra. O mundo é caótico, todos os sentidos e sentimentos dentro do pensamento roubado de livros e televisões coloridas. Pendurado nos postes, gastando da natureza a energia, iluminação de natal...só pras vendas aumentarem, o coração fingir estufar pela grande paz do final de ano. Não existe paz, se existir ela é inútil, não me perco em pesadelos sinistros, não sonho com forças em vão. Não há perigo ao mudar de direção, noutra direção, física quântica, filme do tarantino, cortar na testa o nazismo, marcar cada boi e sua boiada, suas roupas cada vez mais iguais, pesquisa eleitoral, fetos em decomposição no útero, o natal que vem chegando não me dá tristeza, não me dá alegria, já desisti do futuro, do passado, do tempo, do vento, da onda, do universo, do céu, do sol...os caminhos se cansam...o tenis cheio de lama...descalso estou, vou sair de bicicleta...me perder entre as estrelas...entre os tantos dias.

23 de nov. de 2009

Natal sem neve não é Natal.

Papai Noel sempre foi da terceira idade. Logo que começaram a fabricar o Viagra, deixou de lado todo esse papo de "bom velhinho" e partiu pela cidade em busca das belas putas pagas.
Logo que chegava, era notado seu jeito não muito peculiar de sedução. Oferecia um belo natal, com ótimos presentes, um peru bem temperado. Claro que as tantas putas não negavam um momento de prazer ao papai noel.
Elas pediam por bebidas, ele clamava por chupetas.
Elas queria dar uma volta de trenó, ele clamava por mais uma gozada.
Papai Noel está falido. Sofreu um infarto, tomou tanto remédio para sair da terceira idade que gastou toda força em uma foda com mais de cem putas bem pagas.
Papai Noel está nu, procurando uma bela ninfeta.
O natal está chegando, não se sabe o que fez mudar tanto o papai noel....a idéia de juventude que nunca teve através do viagra ou a solidão de morar no extremo norte.
Ligue 0800-101515 - para doar 15 reais
0800-103030 - para doar 30 reais
0800-101000 - para doar o que quiser

Salve o papai Noel e faça a criançada feliz.
Segunda feira, o sol nem apoderou-se do dia, mas posso falar que já se faz segunda.
Vinte e três de novembro, sinto muito pelos dias tão rápido e sem valor. Não perdi meu tempo pensando no amor, nem na angústia. Essas coisas passam como o relógio que apita dizendo que já estamos nas 4 horas.
Perdido estou todo o tempo, não tenho vergonha de me sentir um perdedor, nunca disputei com o tempo seus pensamentos, só queria ser rotina, viver no vento, sentir a brisa.
Levo pra essa segunda um desejo pra toda vida. Tentar ter, pelo menos, quinze minutos de alegria por dia. Basta olhar sobre o céu, curtindo as estrelas, ou o homem privilegiado por poder sustentar merda na cabeça, ou a simulação de um atentado terrorista.
Eu não tenho desejos e vontades pra proclamar por aqui. Sinto sonhos, pesadelos. As vezes meu braço fica formigando enquanto durmo, uma pedra que não quer se virar pra não deixar o sonho ir embora...
Lembro todos os dias...dos poucos dias que passei...dos dias que vão chegar...dos dias em que começam e estou dormindo...do amanhecer reprimido pelas nuvens...da chuva que cai pela madrugada...no sentido sólido da vida, quero cortar sua cabeça, te jogar pela escada, sufocar no travesseiro, seus cabelos desmanchados, sua voz muda, os olhos fechados, fria, branca, pálida, pele morta, pela madrugada as ilusões, o sono na porta, o dia a dia da rotina sem fim atrás de ilusões permanentes, síndromes da vontade de ouvir a voz, tocar o joelho, beijar os lábios, perder tempo com tudo.

20 de nov. de 2009

"Evidentemente a mente é como um baú"

Os edifícios, tão longe dos meus pés, lá onde o céu já é encomodado, me desprende.
Preciso da praia, um mergulho de 1 minuto, olhos fechados, pensamento nulo, apenas desprendimento, enquanto todo o caos do mundo grita pra acudí-lo, enquanto tudo caminha pro nada...a cabeça mergulhada é libertação.
Não teria tempo de morrer, nem tempo de deixar todas as neuroses em um minuto, mas, vale por qualquer tratamento psiquiátrico.
Lá de longe avistei quem eu queria. Estava com roupas de frio, com medo da água. Sentou na areia e esperou que fosse até lá...Seus olhos, cor do deserto, permaneceu sem ouvir uma palavra, sem pensar em um futuro, sem sentir nada. Morri afogado, os minutos foram crescendo, de um pra dez.
Hoje escrevo do fundo do mar. Descobri quem estava lá, uma mulher tão sedutora, tão hipnotizante, sereia.

noche

"os meninos com a mão na cabeça...
as meninas ficam aí..." - disse o poeta.
Não desconfie. Onde tudo se separa, não se encontra o caos.
Eu cheguei em casa, talvez porque nenhum poste disse olá. Quem eu gostaria que fizesse isso está bem longe...longe....Eu tenho esperanças, por isso os postes ficam em silêncio. Imaginar o corpo em decomposição, esperar aquilo que nunca foi.
Não existe noite. Não existe dia. O pensamento, mentiroso, proclama.
Escrever é libertador, sem isso, minhas noites seriam curtas.

19 de nov. de 2009

chá com maracujá

Estou calmo. O abismo diz olá e manda um sorriso. Eu estou calmo.
O telefone tocava enquanto estava no banheiro. Desligou. Eu estou calmo.
Senti uma formiga picar meu pescoço durante o almoço. Nem gritei. Eu estou calmo.
O sol queimando minha pele branca quase vermelha. Disse oi pro sol. Eu estou calmo.
Tenho culpa, tenho medo, tenho dores, tenho amores, tenho doenças, milagres e oferendas, desgraças na minha testa.
Tenho um sol, a lua que parou de latir, cansou, estou calmo, quase morto, pensando num futuro tão calmo, tão calmo, que estarei enterrado.

18 de nov. de 2009

Feliz?

O que fazer?
Sair correndo ou descobrir?
Uma vida atrás de cada olhos. Tão abertos quando nascem e fechados quando morrem.
O coração não é de papel, mas aceita todas as vidas que todos depositam com tinta sem fim. Um simples aperto no delete não apagaria. Continuar lendo tudo que já está escrito ou escrever num novo papel branco?
Não se decide em 1 dia, 3 dias, 5 anos...a vida inteira é feita para se apaixonar. Os sonhos mais cruéis, afogados nos outros sonhos. Pode ficar, pode ir embora, pode escolher o seu caminho, aproveite enquanto os olhos estão limpos de areia, aproveite o tempo passar com quem você merece estar...não que merecer é real, aproveite enquanto o relógio não acelera, o sol não cai...
Ensina-me a viver, um filme, uma velha, um jovem...ela que vai embora e eu aqui...com meu banjo balacubaco...tocando câncer.

17 de nov. de 2009

TODOS OS SONHOS DO MUNDO


ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade,

ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade, ansiedade.

16 de nov. de 2009

Olhos fechados.

Quarto gelado, pelado na cama, sozinho, o cigarro queimado, o Whisky na metade.
O pensamento consumia minhas saudades. Tenho todos os dias pra odiar e apaixonar.
A natureza da vida é uma só: desperdício.
Perdi meu tempo deitado, perdi o tempo estudando, aprendendo na cabeça do público a melhor maneira de transformar a minha cabeça. Saí pelos cantos. Na rotina do final de semana, a rotina do álcool, o mundo sempre vazio, o cigarro ansioso. Dormir para acordar. Domingo, dia da preguiça. O telefone tocou por lá, podia falar não, sim, mas não falou nada. Sentir e não estar. Na voz e nos atos se descobre o futuro.
Lá no fundo dava pra ouvir: "Não deixe de insistir".
Temos todo o tempo do mundo, neste caso, o palhaço é humano. O palhaço ri das desgraças da vida e procura pela bala-flores dentro dos vasos dos cemitérios. Não sei a hora em que tudo vai apagar, talvez nunca apague, talvez nunca existiu.
Desculpe, pode me passar os guardanapos?

13 de nov. de 2009

O quadro foi pintado na explosão de um tiro. O revólver, salvador e assassino, cuspia pólvora e medo. Radiohead tocava no som e todos balançavam seus corpos feito moscas em cima do estrume.
Não era isso que queria falar. O dia começou pra não acabar. Tenho a sensação de que é preciso desconstruir mais uma vez, sair da rotina, do medo, das neuroses desesperadoras pronunciadas em sermões sem fins entre um e outro na cabeça.
Meus dias caminham entre dores e preguiças. Acordar e descobrir que os pulmões não estão parados, que o céu-calor está consumindo com seu tempo e razão de todos os dias. Os projetos encaminhados, o sucesso na porta, o final de semana que começou na terça, o amor não correspondido pela tensão pré-mestrual.
Sangue e saliva.
Sufocar no travesseiro e esquecer, simplesmente deixar que o tempo desperte novas sensações.
Eu tenho um dom mágico, leio joelhos. Os joelhos dizem tudo. Da puta ao tédio, do medo ao remédio de toda vida.
Aquele joelho me dava esperanças...até o quadro me explicar que no despertar do dia...todo o tempo...todas as sensações do mundo inteiro dentro dos olhos e na cabeça e a explosão das idéias do tempo, entre um e outro remédio alucinógeno, concentrado de veneno, tereré, hóstia ou qualquer primeiro amor atrás do sino de ouro, descobrindo que o desprendimento é reação ao humano, nojo e merda na cabeça que crescer pelo poder inútil. Volto até as origens e sinto meu corpo respirar por toda pele, pelas desgraças em cada porta de casa, no natal que chega em breve, na contradição do presente...o presentimento de que vai ser sempre assim...ninguém vai resolver o seu mundo, nem mesmo vai melhorá-lo. A conversa no bar é fruto apenas do tal ego infeliz que se perde, os bons amigos despejando em suas vestes o líquido cerebral, descobrindo a fraqueza em cada olhar, o humano, desgraçado, limitado, que não consegue aproveitar seu tempo, não consegue sentir o vento, não consegue se apaixonar, não consegue consumir a alma, não consegue perceber que o tempo vai passando, as horas, os textos, o céu que já vira noite, a lua está sempre ali...os pensamentos estão sempre ali...

Copo de água em cima da mesa

Mais do mesmo. Era assim toda vez que sentia seu corpo sensível sobre ela.
Fluídos, vagina, nada perturbava a memória daquela sensação desconexa de um longo período internado. O remédio, fruto do ordenado familiar, chegava na boca. Longas sensações, sensacional o jeito dela rebolar, antes ou depois do enterro, sua pele suada era comida por vermes de todos os tempos.
"NÃO TEMOS TEMPO PRA PENSAR O FUTURO"
O morto estava morto, jogá-lo fora?

Despejado, queimado em cinzas, tintas, luzes...
Poderia aproveitar melhor cada palavra cuspida, cada sensação, cada vontade.
Não sei o tamanho da morte, nem a dor atrás dos olhos de cada um...
Fotos de cemitério...passava sua vida perambulando por becos mórbidos. Nostalgia? Que nada! Pura ficção...é a vida que se encontra.

Desperdiçar sem medo, aproveite do futuro...as sensações sempre tão surrealistas.

12 de nov. de 2009

faz tempo que não escrevo fora do mundo.
Acendi um cigarro, nem era muito tarde...entre o céu e os tantos sapos que cheiravam a fumaça, na lua que subia e o sol que descia, assoprei.
Sem vento ou qualquer forma de movimento e vida, da fumaça se fez nuvem...e todos os dias ela andava pela cabeça.
Entre um e outro cigarro...seus olhos já nem tão visível, seu rosto morto e sepultado, caminhante de todos os dias.

Sem esperança, o vício, o corpo todo envolvido, entre uma ida e volta...alguém assoprou um dos mais simples ventos...
A solidão era mesmo meu cigarro, da minha mesma fumaça, do mundo apagado.

11 de nov. de 2009

Tem dias que acordar não é uma boa escolha. O alarme tocou 7h45.
Eu não tenho medo da realidade, tenho raiva. O mundo todo em meu cérebro...e ele sem controle. Ela não diz adeus quando diz até logo, entre todas as conspirações do mundo, mais fraco do corpo é a ansiedade de que tudo se torne verão.
Ontem choveu aqui dentro, já não sei porque me despeço, porque é tão difícil deixar de lado todas as facadas de um passado. Cada louco na sua grande paródia da vida, sigo a minha com vontade de me manter nos sonhos.
Meu cérebro já perdeu da memória tudo que queria...mas o mundo é o outro...e pra que tudo acabe dando certo como nos contos de fada...a memória de todos deve ser apagada ou armazenada no quinto dos infernos.
Onze de novembro, me despeço, vou dormir até mais tarde...minha cama me abraça, me liberta, me consome...estar distraído não é algo tão bom...quando menos espera...lá atrás de tantas outras montanhas...a energia que acaba...a vontade se perde...a indecisão rompe com tudo...e tudo vira nostalgia da modernidade. A lágrima, suor. O medo, sonho. O tempo, vento.
A guilhotina fere meu pescoço.

5 de nov. de 2009

"Tão perto, tão longe"

Não deveria estar triste. A tosse que me corrói a garganta, o celular estourado em cima da cama, a carteira que até agora não encontrei, nada disso me deixa triste.
O que me deixa triste...é a ansiedade amordaçada, o tempo perdido, por desencontros de passados sem volta. Eu tenho calma, enquanto o pensamento flutua por todas as vontades, a boca seca sente e segura palavras. Queria sair à toa pelo vento...
Enquanto me abraça e me olha, enquanto os pequenos insetos picam nosso corpo...eu tenho esperanças sem fim.

4 de nov. de 2009

Não sei o dia do meu aniversário, nem quantas horas dormi pela noite.
Nunca pensei em sair correndo pelado na rua, nem acho esse tipo de revolta uma revolta.
Não sei a cor dos meus olhos, nem quanto tempo eu levo pra almoçar direito.
Nunca consegui escovar o dente por longos 5 minutos, mas acho que estão limpos mesmo que amarelo.
O blog fez aniversário, fez um ano, nem sei como, nem onde...
atrás desse horóscopo do tempo, minhas angústias e alegrias...
não escrevo pelas tortas linhas, nem pelo erro de escrever.
Quero uma vida breve e documentada.....no quinto dos infernos.

1 de nov. de 2009

Os dias começam sempre na noite anterior.
Bastava uma vontade e um gole em qualquer copo alcoólico.
Era tarde para acordar cedo.
Oito horas apitava nos celular; poderia ser algum amigo ligando, da noite que não teve fim, não.
Eu estudei, pela manhã e pela tarde.
Ir embora, é sinal de família, e ela estava em Adamantina.
Sentindo as rodas, caminhando pelo asfalto, seguia de londrina ao paraíso.
Na primeira curva, uma senhora deposita rosas, coloridas, na cruz de algum filho, infeliz, desonesto, morto. Não sei quando a morte chega, ela está afiada pelos fiados e finados.
Entre um e outro quilômetro, o cérebro me diz sua imagem. Não é cristo, nem mesmo a sua semelhança, era ela.
Com todas as vidas que ela possui, possuiu minha jornada pela volta.
Na saudade de um vento do sul, fujo sem pecado, sem medo, para tão perto e tão longe de quanto não sei se um sorriso vale por todas as almas.