31 de dez. de 2008

Felicitações

Começar tudo de novo?
Que porra é essa?
Eis então que o tempo contou os passos com a lua e chegou no tão esperado dia do feriado nacional/mundial/etc;..
Acordar feliz depois de uma vodca, faz com que a vida lhe dê um sinal duma busca anual pela felicidade momentânea. No último dia, consegui!
kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Os outros dias não foram comemorativos, nem seria...
mas porque?
Todo dia não é fim do ano e não se julga como o último da vida...
O último dia do ano é o dia da morte, é o ensaio pro caixão...pra alegria.
QUE ALEGRIA É ESSA? QUE NOS CORTA DE VONTADE E PALPITAÇÕES?
Palpitou o dia todo..o churrasco mal passado, a cerveja meio gelada...
sentir e estar distraido, estar distraído e vomitar durante o sonho...
feliz é esperar o último momento pra estourar a champagne
quando deveria, ser...a todo tempo..seu lixo.

29 de dez. de 2008

Por favor, vá ao meu velório.
Rosas vermelho-sangue, crucifixo na parede, café sem adoçante.
Não precisa chorar, nem rir, apenas vá até lá.
Veja como é grande e mágico, sinta pena, ou fique maravilhado.

Espere o melhor momento pra dizer que foi culpa da obesidade, do acidente, da natureza.
Não leve flores, já está no pacote da funerária. Vou andar de carrinho de jogador de futebol, vai estar chovendo...

Mas não esqueça,...eu não estarei sentindo nada...nem mesmo vou saber que você foi.

Só há um momento, único e especial. Enquanto está vivo, enquanto é fruto de nada, anuncie a todo tempo suas tristezas e decepções. Não espere o sepultamento, a nova roda de tereré, a lembrança...reuna suas neuroses e fale...
Quem sou eu?
ousar pedir a atenção, mesmo quando calado num canto escuro manifesto a euforia e a raiva de um momento existente. A angústia não era a mesma desde quando resolveu não sentir mais. Tirou tudo fora. Nasceu, humano.
Deus, carne é sangue, puro osso. Água de uma natureza abundante poluída.
Era simples, sinônimo de zumbi.
Parou naquele canto, e penou pra chegar a primeira conclusão: o Nada.
Daquilo que não se construi ou não se pensa, ou se, subtamente, caísse do prédio, os sentidos todos mortos lhe davam resquício de um reinado maldito.
Ninguém te ouve, nem sente, nem qualquer coisa. Objeto sem conclusão, inexistência de um ser em decomposição, está todos, juntos com a terra, fingindo pensamento. Pessimismo é ignorância, isso é bem pior. Esperar...esperar a chuva do final da tarde ou os pássaros na manhã, é tudo mentira. A mentira que se disfarça entre sorrisos brancos ou bunda redondas engomadas pela imagem de um status basicamente ele mesmo.
Tirar a roupa para o banho, colocar a roupa pra sair, vestir, existir.
Quanto tempo ainda temos pra perseguir o velho caminho pra casa, da vagina pra vagina.
Todos juntos, unidos aos santos, celebram a vitória de um tempo. O ano novo que nunca chegou no arroz com lentilha, nem a paz mundial, nem a tristeza suicida, nem nada...o que importa nisso tudo...são idéia e palavras em um texto que nem mesmo tem começo, meio ou fim.

28 de dez. de 2008

o pombo puto

Do alto do edifício o pombo procurava pequenos galhos pra construir seu ninho na nuvem. Era de se esperar a chuva, pra destruir mais um habitante dos sonhos.
Imaginou todas juntas numa só, pena não ter nem todas nem uma. No edifício, se trancou entre o quarto 23 e 25, o número, convenhamos, não era do mais apresentável. Um charuto de ópio numa das mãos e o vinho de cinco litro, sangue de boi, corria pelas portas em frente ao templo e o cérebro pronunciava mais uma oração;
"Putas pálidas nas esquinas, pernas cumpridas, ex-modelos, filha do açougueiro, banqueiro, cocaína, vodca, buceta, 50 reais, 100 reais, todas juntas." Do outro lado, a garota da caminhonete chupava aquele pau por gasolina, por wisk e energético.
Música eletrônico, banheiro vomitado, amigos à beber, sorriso nos dentes.
O pombo morreu, o ópio matou, a puta deu, a da caminhote engravidou, nasceu, casou, viveu, cresceu, rugas e morreu.
Felicidade de um pombo, que em sua ilusão, constrói casas em nuvens.
A prestação pela geladeira, a prestação pelo novo carro, a caminhonete do pai, o dinheiro do pai, teve que trabalhar e entre uma ilusão e outra, passava os dias procurando nos bares, entre um gole e outro, construía um ninho na cabeça.

25 de dez. de 2008

deus nos acuda

Era fácil comemorar usando a cultura alheia. Jingle Bell, Boneco de Neve feito com garrafa Pet e tudo mas o que se tem direito para tornar a lenda do natal tradicional ao modelos gringos. O que ninguém imaginava era que nunca nevou no Brasil.
O ar condicionado não aguentava o peso do calor, enquanto que a barriga cheia de gordura esperava o melhor momento para a caganeira.
Saíu correndo, abriu o vaso e KABLUMMMMMMMMMMM. Percussão de escola de samba.

Poderia fazer um boneco de areia, tocar marchinha e enfeitar a cidade com pandeiro e bomba de tereré. O coração frio de bonecos de neves gordos deveriam derreter e virar água com limão ou pinga com limão.

Assassinar o papai noel. Sua roupa vermelha não ia deixar perceber o sangue lhe consumindo. Seus dilemas de hou hou hou, gordo quase no enfarto fulminante nunca apareceu. Se é santo, não sei...
O natal é um fingimento. Vamos todos ficar felizes.

22 de dez. de 2008

a chuva chegou derepente no calor da noite e trouxe mais que simples gotas...
Entre a calçada e a rua, o água que escorre pela sarjeta, cai nos bueros, nas tubulações.
O final de semana comemorativo, a carne sagrada e a cerveja benta...tudo foi cagado, mijado e usou das mesma tubulações.

Alice comia a bolacha e diminuia, boneca de pano. Caíu numa dessa tubulações.
Descobriu entre outras coisas o caminho da felicidade. Da merda à chuva, do barro acumulado nascia você, eu e ela. Num dejavu momentâneo, lembrou de quando era recém-nascido, deitado na manjedoura.

18 de dez. de 2008

Não chore

A ligação era um momento único.
Descobrir os motivos, a raiva, o medo, o tédio, o tudo...era sinônimo de perda.
A felicidade e a derrota são irmãs. Uma não existe sem o outra.
Ser diferente, um a um, nascer em casas separadas, diferentes signos, idade ou opção de cor da roupa. Pouco importa o tempo em que se ouve falar das tristeza, como também as alegrias. O hoje, como principal gozador da existência, não é pensado, é feito.
Faça do seu choro o riso, ou chore por algum motivo que lhe dê esperança. Encha o pulmão e grite pela sacada da sua sala de televisão ou vá brincar com o cachorro.
Só não pense que eu não penso.

16 de dez. de 2008

Arthur bispo do rosário

"Nunca na história desse país"
PUF...
caíu do quinto andar a chícara de café usada pelos colonizadores logo que...
Chegou com as botas sujas, imaginou que aquilo fosse um galinheiro. Penas e mais penas e mais penas e mais penas.
Sentenciado, foi julgado, morto e sepultado.
Chícara alguma salva vida.
Galinhas e seu futuro perto do broto do momento. Elas se masturbam todo dia.
Da janela do prédio...desprendia o paraíso.
Era hora de ir pra cama
Juquiri, aí vamos nós.

15 de dez. de 2008

palhaçadas

Estancou o sangue que escorria do nariz.
Sangrar até a morte?
Não rapaz, espere para ver o final dos tempos.
Desabotou a camiseta e sentou, esperando o milagre da roda da fortuna.
Ela,charmosa, linda, sensual.
Sentir de qualquer maneira, é disso que preciso.
A internet proporcionando informações, palpitações e precipitações...me moveu até sua pele.
Suave, tão suave como a praia pela manhã...era sentir seu cheiro.
Que cheiro?
Internet solta cheiro?
Não...imaginar, além, estar...talvez, ficar...se foi...não..fica.

14 de dez. de 2008

A arte do vômito.
As cores no estômago: carne, arroz, feijão, beterraba, alface.
Tomou o primeiro gole do álcool e sorriu, estava disposto.
A máquina fotográfica no carro, o local escolhido.
Era vomitar, tirar a foto e encontrar a mais bela arte modernista de todos os tempos.

Não deu certo. O álcool embaralhou a cabeça. Deitado na cama, dormiu.
Acordou vomitado. O artista pediu para sua mãe limpar a frustação do fim da arte.
Mas a esperança continua...
quem sabe, um dia...um vômito com o dedo na garganta.

10 de dez. de 2008

Eu

Em outro tempo poderia ter dó, mas não a tenho. Ela me tem.
Com as mãos amarradas, trancado atrás de um fusca, mesmo gordo, sobra espaço para as idéias.
Sou fruto de minha imaginação. Imagine ficar parado no tempo por uma pedra ambulante?
Como objeto do mundo e de mundo...rompi as fronteiras do meu moralismo e sorri durante 15 minutos.
Amado Amante. A imaginação da novela.
Já não esqueço, nem se quer lembro, deixo que o abismo me empurre.
A tragédia de existir vale a todos, uns com mais outro com menos.
Imaginei um faca no pescoço como também flores.
Obrigado! Obrigado! Por fazer me sentir tão fraco e forte. Eu desejei isso. Eu quero isso. O ódio já não me corrompe, já faz parte de mim.
Amanhã vou sorrir para rosas, pelo menos elas não falam...

8 de dez. de 2008

a galinha que virou sashimi

O calor da madrugada derretendo um futuro.
É normal achar que sua vida faz parte de uma música sertaneja, até porque, quando menos você espera, a droga não era o que pensava.

Acordar no meio da noite e sentir ódio. Despejar toda fúria em um poste com as mãos pra fora do carro e o sorriso maroto.

Ontem, zumbis tomavam goles e goles de cachaça...e a vagina úmida era queimada em praça pública.

"Seja politeísta". Gritavam ansiosos pela nova salvação...

É estranho tirar um câncer e esperar que tudo volte ao normal em algumas horas....
Num diálogo com a LUA, tive a solução:
"Dar um volta e cagar no meio da praça"

Cadela, sedenta por carne de churrasco, sua ração preferida: Sashimi.

Os caminhos se cruzam, o amigo disso e daquilo, antes fosse inimigo, amou à primeira vista, e ela?...

Acredite! Num ar democrático, sentenciou ser objeto do mundo,
Essa linda e antiga salvação,virava uma Puta.

7 de dez. de 2008

Não foi tão especial

Todos os dias lembraria daquele tempo. O vício do passado suportaria na mente quanto tempo?
Estar longe, correr, fugir...
Mudar de aquário é pior quando vc já se acostumou com a água. Do batismo à crisma, do sossego à angústia...era pra sempre esse dias de lembranças?
Apagar da memória. Como quem apaga um HD.
Saber que a falta é padrão, é charme...me corrói...
Esperava mais de mim

4 de dez. de 2008

na crise de um dia
cortar o cabelo diz muito
na mudança
a pintura do quadro mais bonito num espelho
não se jogam rosas
nem ambições de um entardecer chuvoso e agradável
o calor derrete a tinta
e faz dos meus cabelos pincéis

BAND-AID

Era difícil definir aquele ser ou sou mesmo quando se usava BAND-AID.
Fechava os machucados e saía pelo mundo rindo de tudo e buscando novos machucados.
O suicídio como café da manhã lhe dava amnésia e a esperança de continuar,

A campainha tocou. O carteiro lhe dava o passaporte para uma outra vida.
BAND-AID por BAND-AID.

Vai ao show do radiohead dia 22 de março de 2009. Até lá estará vivo? Quanto santos vai ter que matar? Onde estará? Trabalhando? Buscando?

Desistindo? Perdendo? Ganhando?


Uma coisa é certa...
de suicídio em suicídio....a presença da vida chega mais marcante...
Estar mesmo vivo...em busca da terra do nunca.

2 de dez. de 2008

pra ela, com soco.

Aquele anjo...viraria diabo em 2 semanas.
Não precisava de conselhos e não queria reclamações, apenas pedia adeus.

Com a mão fechada, aquele soco naquele anjo-diabo tiraria toda minha angústia.

A boca cheia de sangue, o nariz pra dentro...e aquela vontade louca de rir mais uma vez da desgraça humana. Não que a risada fosse sinal de felicidade...a comédia de uma vida juntos que termina em meio ao caos de um nada.

De carinho a carinho, a paciência que se esgota...e o fim das rosas se despedaça num estouro de champagne.

A champagne estragada, de tanto individualismo...Como se cuspisse na própria boca.

Não vou mais rezar, nem pra deus, nem pro diabo.
Atrás de um anjo um diabo...e diabo por diabo...prefiro eu.

Há todo esse tempo...do passado e do futuro...que insiste sempre em reconciliar.

Espero esse dia...em que a rotina peça socorro...só pra dizer Não.