29 de jun. de 2011

Uma cadeira vermelha sorri. Ela está feliz. O fone de ouvido resmunga Radiohead e também está feliz. Um computador que recebe o texto está sendo carregado diretamente na tomada, ele também está feliz, a tomada não está feliz. Está chovendo e há descarga de energia pra caralho, todo cuidado é pouco.

23 de jun. de 2011

Um paraíso pela morte paralisada. O sentido da vida? Um vivo procurando morrer. Talvez me despeça num tropeço, num acidente de avião, num enfarto ou num belo suicídio eterno até que o corpo apodreça o acúmulo de desprezo pelas células.
Um revólver me segue, pelos quatro cantos do salão. Disse "olá" quando cheguei como se fosse seu melhor amigo, porra, um revólver. Minha mão coçando, uma conversa aqui e ali por sinais metafísicos compreendidos só no momento em que pelo gatilho meu cérebro despejou suor sem arrependimento. O foda foi que descobri o sentido da vida ali. O tiro na cabeça tem dor? Claro. Sou a dor eterna de minha inexistência, como se a dor fosse meus sentidos e a única ideia de eternidade fosse perambular pelo mundo em busca de belas almas caridosas que vendem a troca de desperdício, solidão, atenção, qualquer morte que me liberta dessa dor numa ressurreição, feito corpo de cristo, feriado 23 junino.

14 de jun. de 2011

São luzes que saem daquele corpo de bailarina frenética pra frente e pra trás com o sorriso nos lábios e a boca cheia de saliva. Ela cospe enquanto conversa, litros e litros de humor, talvez estivesse com os sapatos desamarrados para um breve deslocamento das costas e a contaminação do cérebro por grandes bundas-ninfetas. Pra lá e pra cá, gados e estimulantes entorpecem a rotina do mercado, uns com mais e outros com menos, todos imagens do nada, imagem daquilo que dá vida.