31 de dez. de 2009

05h04

Enquanto os relógios desesperados gritam pelo novo tempo, estou trancada na hora errada. Perdi as chaves, documentos ou qualquer sintonia com o momento. Pedir pra lutar pelo novo é natural da minha alma. Você deseja salvar alguém?
Tentando isso, me prendi neste castelo. O amor sorri de longe, sem nem imaginar, já está dentro faz muito tempo. Os copos se erguem até o brinde, a champagne que só aparece na geladeira no final do ano, te faz o vitorioso da Fórmula1 da repetição.
Todos como eu, presos no tempo e vento, iludidos pelas festas, pelo entretenimento.
O pão e circo é natural das veias, é natural do humano e do zumbi. Imaginar a prisão é um adultério. Trancado no quarto, o vazio digita, o vazio prevê uma nova esperança...e se tudo acontecer conforme a esperança...no outro ano nova esperança aparece.
Suicídio não é um bom caminho. Aprender que é limitado, que as esperanças não tem fim, que o tempo é ilusório, os dias são pecados, pecados por existir sem muita gente nem ver ele passar.

26 de dez. de 2009

palhaços são tão reais. No espelho do banheiro enquanto escovava os dente, a pasta escorreu pela boca e se fez graça.
Sorria pelas tantas bobagens que é se sentir vivo.

A vida, padronização de sentimentos...do amor pra toda vida ilusório ao alimento de todos os dias na mesa: arroz, feijão e hipocrisia.

Não tenho mais medo da solidão. Nem mesmo tenho medo do meu sorriso no espelho.

Enquanto sinto saudade do tempo de criança, lembro das malditas esperanças lançadas todos os dias. Os amigo se vão, morrem, até de tédio. Outros desistem da solidão e se juntam ao mundo sedutor das mesas de bar.

Não é que eu ache que tudo está perdido, pelo contrário, a razão da organização no mundo é o maior suicídio. Viver outras sensações, realidades e querer que a felicidade daquela pessoa na novela seja a minha, faz o cérebro matar os neurônios e nem precisa de droga pra isso.

Termino o ano exausto das mesmas sensações de vazio, sensações que vão durar enquanto tiver uma maldita cabeça pensante.

23 de dez. de 2009

Não aguento
Tanto mais
tempo e vento
perdendo os dedos
nas teclas
milagres de final
furdunço estomacal

banheiro preguiçoso
Sujo e mentiroso
racional, leia
tim maia é pai
ed mota filho

O fim dos dias
o último post
a cela aberta
os soltados dormem
a roupa branca
champagne de malandro
sidra maça ou uva?

Sapos e cobras
um ano de cobiça
2010 anuncia
no alto falante da
igreja universal
todos rezam ajoelhados
os joelhos nunca param
de sangrar
pecados capitais
em um segundo
recordo de todo o tempo

As parede dizem adeus
o avião caíu logo ali
pessoas mortas
estão rindo em seus túmulos
túmulos sorvete
creme de baunilha
pra espantar o odor
cheiro de estrume
estúpido rapaz
estou decepcionado
esqueci de mencionar
o menino do blues
a guitarra que toca
forte, músculos, pesos
penso e sinto dores
nas costas, dói
Dores na alma
dor de existir
e permanecer
sofrimento tão lindo
atrás dos olhos

22 de dez. de 2009

Vírgula

Ela tem função. Respirar enquanto vive.
Ela me disse uma vez, enquanto apareceu em um dos meus sonhos, que seu maior desejo era existir mais que 3 segundos. Eu tive que dizer que dar pausa na vida assim tão derepente é fora de padronização, é necessário ficar cuspindo durante o tempo todo e nunca engolir a própria saliva.
Hoje andei uns cem quilômetros com a vírgula ao meu lado. Curtindo uma música ou tomando um mate gelado, ela fala mais que qualquer pregação religiosa ou revolução industrial.
Não leia esse texto. Não venha até esse blog. Faça seus dias mais felizes parando pra observar o tanto de tempo que é perdido de um sorriso ao choro.

18 de dez. de 2009

Pra você

Seja sincera pelo menos um segundo. Você gosta de mim?
Os dias amanhecem e morrem, dentro deles todas as angústias de um novo tempo, um novo recomeço, um novo medo. Quando descobri que sentir é esperar o inesperado, olhar lá longe e encontrar aquilo que me incomoda, descobri você. Não tenho medo da cama vazia, nem do copo cheio sem amigos, do final dos dias, da morte sorrindo. Tenho medo de perder os momentos em que poderia estar respirando felicidade, dias que são sem fim, permanecem na alma.
Estar distraído.
Nem me lembro o dia que perambulava por todos os cantos do mundo e senti uma vontade de conhecer um mundo diferente no meu. Lembro dos dias que busquei esse mundo e não encontrei. Sei que o mundo não é só de lembranças.
As sensações calibram o tempo todo nossas vontades.
Não espere de mim um produto fácil de consumir. A vontade de ser humano está além de todas as outras.
Poderia morrer agora, livre de todo o mal enquanto durmo. Posso morrer daqui a pouco.
Mórbido não?
Enquanto imagino um mundo cheio de zumbis que padronizam todos os seus movimentos, não desejo minha vida como uma tele-novela. Estar junto e sentir é tão difícil?
Não existe razão só em meus pensamentos, quais são os seus?
Seria mais fácil deixar de lado tudo isso só porque os mundos são diferentes?

As portas estão abertas, quero um novo tempo em meus olhos, uma nova vontade, uma nova realidade. Pra você entrego minhas esperanças. Acontecer pra valer à pena viver.

13 de dez. de 2009

Negação.
O não corta a alma.
Me perco todos os dias entre todos os pensamentos que posso capturar.
Tenho medo do futuro, da melancolia que não tem fim...
Existe fim?
Pensar em viver, pensar em mudar, possuir almas alheias, despertá-las.
Não tenho palavras, nem versos das sensações. Ninguém vai entender o que também nem sei.

12 de dez. de 2009

Ela diz adeus enquanto chora, sentada na frente de casa, os pulsos ensangüentados.
Não existe um amor eterno, talvez nem o amor seja assim tão existente. Talvez o mundo esteja corrompido, só pra deixar valer as neuroses de todos os tempos.
O príncipe diz olá e ela acha que é a princesa.

11 de dez. de 2009

atrás dos olhos

Eu nasci em 1985. É complicado perceber que o corpo cresce, a alma muda, o comportamento vai se adaptando ao movimento de todos os passos. Os amigos da infância, o colegial, faculdade, amigos que se faz pela música, pelas idéias, pelo tempo que é dedicado, estar junto.
O mundo é ideológico. Enquanto escolho minhas roupas no espelho ou mastigo um chiclete mentolado, o mundo é objetivo em julgar isso e aquilo. E é necessário julgar, cabe aos olhos, tão sensíveis e subjetivos, mostrar o que se esconde de mais sagrado.
Não há coisa mais bonita que gostar de alguém e, com isso, olhar dentro dos olhos, mesmo sem conhecer profundamente, dizer a imagem que é fabricada, como num espelho.
Eu deito na cama e fico tentando pensar como mudar todo esse espelho, já que é falso.
Dentro de mim, entre tantos passatempos, um coração diz que é preciso entender o outro.

9 de dez. de 2009

Tenho obesidade mórbida

A história começou antes de dormir: Dois remédios para gripe, um sal de frutas e a louca vontade de ter uma bela noite de sono. Acordei inteiro, sem resfriado, resquício da pinga. Baixei o CD que perdi nem sei quandO: OTTO - CONDON BLACK - gravei pra ouvir durante o mate gelado da tarde.
Tudo estava indo ótimo demais, o celular no bolso dizia aos ouvidos: Älegre-se, seu dia pode ser muito melhor". Eu acredito nos meus amigos, parti.
O mato era fechado, bichos de todas as espécies, aranhas, cobras, desgraças de todos os lugares, fudendo com nosso medo, promovendo neuroses múltiplas de pensamento destruidar da vida.
Sem meias verdades, nada que tinha ali naquela na natureza ia me matar.
A fome batia, o lanche comia, a morte sorria infeliz, eis um gordo atleta adventure.

8 de dez. de 2009

Ontem a garrafa de pinga virou caipirinha. O rock n`roll quase estourou meus ouvidos. O ponteiro do relógio não parou, o tempo passava enquanto meus sonhos eram recolhidos.
Na mensagem do celular, a serenata, no trago do cigarro, a solidão.
Já nem vejo meu tempo ser consumidor, nem vejo os dias passando, nem a chuva assassina.
Alguém tem que ter culpa? A chuva. Água maldita? Água benta? Água que passarinho não vai beber, nunca, nunca, nunca. Essa mata também? Talvez com o tempo passando, tomando no café da manhã, ela pode ser seu amor no primeiro gole.
Fim

7 de dez. de 2009

Esquizóide

Eis então, do lado norte do meu cérebro alguém chama a atenção. O espelho reflete meus suicídios diários e a nostalgia de um tempo que nunca existia. Em cada razão, o formato redondo das idéias, todas tão claras, que talvez tivesse em minha face toda a verdade do mundo. Ao tossir, o corpo dolorido, outra cerveja gelada, outra vida afundada entre tantos minutos e dias. Vejo o final de todos os anos neste, na felicidade de um dia ou na tristeza de uma noite, procurei entre tantas outras formas a pílula do dia seguinte, pra ficar dormindo enquanto sonho.
Sonho meus olhos no espelho, o alarme do celular que toca, o mundo que gira, o tempo todo de sofrimento, os textos já sem vontade de sair, os dedos moídos, os monges pedágios, missa do sétimo dia, comendo lama com chico science.
A garrafa na mesa, apagada. O cigarro, o cachimbo, aos montes os cemitérios semi-éteros, eternidade na fotografia, IML.

3 de dez. de 2009

Sim, disse quando nasceu, ao não engasgar com o choro.
Não, disse quando morreu, ao seguir pelas terras bíblicas poéticas.
Não, disse quando nasceu, foi obrigado a viver todas neuroses de um ser.
Sim, disse quando morreu, não vendo a hora de desconstruir cada célula.
Os dolares caindo nas contas, cada pessoa com seus centavos de valores, quanto custa um pedaço do seu corpo?
Se for gordura, numa redução de estômago ou numa lipoaspiração, talvez uns 10 mil.
Se fora pra colocar um silicone, tirar um câncer, trocar de sexo, etc...outro preço.
Os tempos chegam ao fim a cada ano. A roupa branca da paz, a cueca amarela, os tantos alimentos da sorte...e a vida tão longe de ser sinônimo de felicidade.
Enquanto um texto vai contra o outro, a felicidade continua sendo falsificada. O prazer em sentir dor, masoquismo de uma mente diária, a vontade de fuga, a rua que acaba e os sonhos seguem rumo ao cemitério.
Perdi a cópia da cópia das minhas chaves. Em um mês, deixei todas as portas abertas, deixei o tempo fluir como quem está adorando o dia-a-dia.
Via nos livros os escritores e suas drogas, seus dilemas de perdição e esperança, seus dias melancólicos, com muita alma e pouco tempo.

2 de dez. de 2009

Olá esperança! Que tal você sair daqui?
Vende seu veneno que liberta, droga de todos os dias.
Pensei em sumir pro inferno, pensei em sair por aí sem tempo. Você nos meus ombros, tanta dor.........................................................................
Desisto, deixo você ao vento, procure outra alma desgraçada pra fuder com seus desejos.
Não quero seus momentos, seus dias, sua perdição.
Desapareça, vá até o céu e peça perdão.

1 de dez. de 2009

Você e eu

Dias de insônia. Atrás da porta escondi todos os pesadelos, a felicidade deixa meus olhos abertos. Desculpe pelo sorriso, desculpe por meus quinze minutos de fama terem virado 15 minutos de alegria.
O dia amanheceu cinza, na rotina de um banho e almoço pra trabalhar, cumpri minha primeira tarefa de escravo-burguês. Isso, acordei para o almoço. Isso é felicidade? Não. Fui trabalhar impaciente, o calor maltratava meu corpo. Na rotina do dia, tudo é esperado. Os horários que as pessoas entram na internet, a mulher que grita com o filho que mais uma vez aprontou, a esperança de ficar rico de repente, a esperança de fugir, de sair, a chuva que chega no verão com hora marcada.
O trabalho não acabou, a noite seguiu o mesmo ritual de sempre, do mate ao amor despedaçado, o desespero sem motivo, estar feliz.
Não! Não! Por favor, preciso da sua atenção, continue lendo. Não há pior desprezo que cortar um texto pela metade. Isto por acaso é inveja da minha felicidade?
Humanos e mesquinhos, salvadores e destruidores do mundo. Enquanto minha felicidade crucifica, meu sangue-gordura libera meu cérebro para mais uma jornada.
Penso e sinto vontades todo o tempo. Na rotina dos dias procuro caminhos sem volta.
Ela não disse que sim e que não, ela não diz muita coisa, mas eu digo. Fugir entre seus cabelos, sensações sem fim, sentimentos, etc, etc, etc..? Não! Não! A felicidade não veio daí, faz dias que não tenho essa bela sensação, mas, nem tudo é perfeito.
A felicidade é inútil, nela não se encontra motivos pra viver quanto na angústia. Em tempo, o melhor caminho é se jogar em qualquer poço fundo e libertar toda a esperança pra quando ela não existir, estar feliz por estar triste, acabado, sem vontade de escrever, de sentir, sem tentativas para reanimar, descobrindo que um pulo do prédio ou um revólver na cabeça é bobeira, curtir na melhor das angústias a alegria da insônia e o desprendimento com o próprio corpo. Descobrir no espelho a tragédia do sorriso, a tragédia do corpo em movimento, a tragédia de saber que estar vivo é maravilhosamente inútil. Sorria, meu bem.