30 de out. de 2009

Nati

Sexta, sento, sinto.
Ouvi pelos cantos, pelos contos, um mundo paralelo, sem dor.
O que vem do céu?
A chuva que não refrescava o verão.
Eu gosto dela.
Viajou, longe se fez saudade.
Saudosa estudante da mesma sala...saudade agora, sinto e não minto.
Uma pinta, eu só queria ser, uma pinta...
O caos já partiu?
Claro, foi simples, não foi?
Já estava com vontade...de pegar o carro, o avião, o vento e correr até não sei onde procurando aquilo que já sei.

26 de out. de 2009

7

7 pecados

Gula
Avareza
Luxúria
Ira
Melancolia
Preguiça
Vaidade
Orgulho

7 músicas
7 dias

começo amanhã
Nenhuma noite é igual.
Já perdi tentando conhecer o mundo, agora, o meu mundo.
Vivo em sensações. O cigarro amargo, a cerveja quente.
Consumir o último centavo, tempo da realidade adulterada?
Quando sinto a paz de poder pensar que sou uma miragem, multiplico todas as sensações em um desespero de quase morte. Me tranco no cérebro e saio correndo nos sonhos.
O beijo tímido me desperta, aprender a dar tempo, a perder tempo, imaginando o tempo futuro. Eu sou uma miragem de meus próprios sonhos. Os sonhos presente, vivem ansiosos, desejos reprimidos, conspiração mensal.
Na cidade, nas cidades, as pessoas calibram seus olhos no moralismo feudal. Basta abrir os olhos e ver o cuspe sendo tomado por todos. Não tenho sensações a todas, procuro imaginar alguém ao meu redor que entenda pelo menos que sou no mínimo desgraçado.
Uma lágrima não machuca, nem é tristeza, é uma lágrima. Não vou chorar por aquilo que quero, vou lutar pra no mínimo não conseguir, mais não, não, não consigo me prender na idéia de que o mundo foi fabricado e que vc já nasceu pra amar a primeira que está ali...Não!! É simples ser feliz...é simples...tão simples que as neuroses brigam para abraçar...e fuder com tudo!
HAHAHAHAHHAHAHAHA...
estou com fome, quero comer um lanche, o tereré gelado, o ventilador e o ar condicionado....eu só queria escrever...eu só queria mexer os dedos...e simplesmente lembrar que é fácil saber onde quero chegar...vc vem?

25 de out. de 2009

Eu não falo toda a verdade nos textos. Eu tenho outro mundo na cabeça. Dentro dela eu não sei quem sou. As vezes me perco, noutras me desespero, mas nunca consigo descobrir o porque do seu sorriso não ser só pra mim, só pra mim. Talvez o vento do passado seja muito forte ou a sombra do futuro a sensação de que tudo foi perdido.
Não se vive pelos os dias ou noites, nem se vive pelo ontem.
Viver a partir do caos é abraçar o futuro e passado ao mesmo tempo.
Ela não disse que era pra sempre, nem que teria que começar. Não disse que era humana, que tinha sensações igual a mim. Hoje imagino o sentimento e não sei se tudo é uma ilusão minha ou sou mesmo um idiota.

Noite

O rosto suado, cheirando a cerveja e cigarro. Eu, no meu estado mais deplorável, pedia um beijo. Ela sorria, não falava muita coisa, mas sorria. Eu falava, palestrante do nada, queria ir para o mundo, descobrir o universo.
Dormi já era cinco. Sozinho escrevo. O prazer da tristeza, da angústia, da não libertação das vontades.
Há um mundo atrás de todos com faca e flores: Os amigos, os inimigos, a música, o céu, a estrada, o sol, tudo...
Acordar com a saudade, na vontade de pelo menos descobrir a voz...te dá coragem...pra ficar mais um tempo, nesta noite, pedindo um beijo de boa noite.

22 de out. de 2009

aos bons e ótimos dias
na quinta se faz felicidade
o radiohead me acorda
amanhecer com um sorriso

Em um sonho
perdido entre o presente
me encontrei

é pura ficção
desesperado pela falta
calibro minhas costas
pra aguentar qualquer peso

bom dia

21 de out. de 2009

Umbigo

Nós, barriga com buraco, resquício de todo universo.
Buraco, ozônio, estupro e satanismo.
Recordar um tempo, disco 2.
Estar dentro da eletricidade, transformar suco gástrico em melodias espirituais.
Óvulo fecundado, criação do feto, defeca pelo planeta, natureza? Ninguém faz idéia.
O meu macromundo é uma cabeça flutuante ao redor de todo o corpo.
Não há sensações que não conheça, experimentar fecunda toda barreira.

Nada vai permanecer até o fim. O começo é um recomeço, dejavus eterno.
Penso e sinto, da barriga ao cérebro, o mundo que gira e gira e gira.
Na poesia de Ferreira Gullar;

Glauber Morto
O morto
não está de sobrecasaca
não está de casaca
não está de gravata.

O morto está morto

não está barbeado
não está penteado
não tem na lapela
uma flor
não calça
sapatos de verniz

não finge de vivo
não vai tomar posse
na Academia.

O morto está morto

Em cima da cama
No quarto vazio
Como já não come
Como já não morre
Enfermeiras e médicos
Não se ocupam mais dele

Cruzaram-lhe as mãos
Ataram-se os pés
Só falta embrulha-lo
E joga-lo fora.
PJ Harvey grita no som.
Na academia ao lado os meninos erguem seus cérebros ao topo maior dos movimentos repetitivos, exército de um novo tempo.
Conversas vão e vem pela internet, na câmera de vigilância o movimento do vento é desconhecido.
Tento acender um incenso que ganhei, tento até acabar todos os fósforos.
Penso no churrasco de ontem...e como a vida é desperdiçada todos os dias nas letras desse texto, imagino uma nova fase na vida de cada um e o que cada um busca. Imagino a minha vida, o sucesso que pode chegar ou não...
Penso no expresso Prata que leva e trás meu pai todo final de semana. Na missa que minha mãe assiste na televisão, no meu irmão mais novo sendo mimado, enquanto o mais velho descobre que nem só de dinheiro vive um homem.
Me perco no espelho e imagino transformações, escrevo pela terceira vez, isso já não é ansiedade, é descoberta. Descubro que há milhares de sensações em um único lugar...que os cogumelos não vão nascer na bosta que fiz hoje logo que acordei.
Me despedaço em centenas de produtos, me perco em todos os sonhos que busco e me recuso a aceitar um futuro de desgraças.
Os amigos são remédios...uns curam câncer e outros trazem câncer. O dualismo da mente, sempre alerta para a regra dos 3, Portshead aponta no som.
Há espíritos aqui, a peruca verde de festa de formatura está em movimento...balança com a música.
Estou perdido. 15h15...não tenho o que fazer...além de escrever.

Entre o mar e o medo

O desperdício das longas tardes atrás da máquina prolongadora do pensamento.
Eu sinto falta de alguém que nem me deu motivo pra sentir falta. Ela existe nas suas angústia e eu nas minhas. Um ataque epilético tira toda minha calmaria, tenho sensações e vontades de correr 12 quilômetros.
Nunca fui assim, na novidade da onda, o futuro anunciado me deixa ansiosoo, muito ansioso.
Escrevo pra me livrar ou lembrar que há vida atrás dos olhos. O mar que chama...te leva a afogar em uma longa e alegria duradoura ou uma longa e ansiedade produtiva.
Quando acordo, o dia já não é mais o mesmo...a noite não é mais...não consigo te ligar, algumas mensagens, não sei até que ponto sou insuportável, até que ponto o futuro já chegou, até que ponto os sentimentos são espelhos.
Hoje é apenas quarta feira de um longo e livre dia pra sonhar.

Disse?

Orgia cerebral
noite sem fim de sonhos
acordar pelas paredes
pelas tantas vacas
nos pastos, supermercados, carvão

comprar veneno
tomar seus medos
consumir o céu
entre o dia e a noite
no dia em que a chuva se faz sangue

relógio sobre a mesa
Os livros amontoados na estante
os vinis velhos e fedidos
a mensagem do celular
uma criação daquele niilismo
a poética da roupa preta
os sinais de trânsito
pensam diferentes pelo mesmo modo

Quero fugir daqui
do almoço pro cemitério
do dia de sol pra chuva
do meu pro seu

Lá na esquina não há paredes
nem dias ou data pra se perder
na encruzilhada de uma noite de sonhos
há navios sem efeito
que te leva
onde não há
aquilo que procura

19 de out. de 2009

Calma!

Acordei feliz, apesar de ter acordado 09h09.
Segunda feira não é um dia tão bom, segunda feira é segunda feira...não pode esperar muito desse maldito dia da semana. O horário de verão, apesar do dia chuvoso, me causou uma ansiedade pra ver a lua, estrelas, ela.
Agora eu escrevo pra desviar minha atenção, eu não tenho calma, odeio a calma. Eu gosto do Nando Reis naquela música: "Tornar o amor real é expulsá-lo de você pra que ele possa ser de alguém". Ter calma, aprender a entender a saudade, enquanto o relógio maltrata a cabeça.

Eu sou milhões de passados, vivo um presente de belas mudanças, não sei quem sou, expulsei de mim quem eu era, espero, sentado, dormindo, na internet, no inferno, no céu, espero!
Não me interessa o tempo, o vento, o horário de verão...
Não me interessa nada.
A letra N.

18 de out. de 2009

vai e vem

Eu espero o telefone tocar. O horário mudou.
O coração pulsa diferente. O dia a dia alcoolizado, entre o almoço e a janta, o tempo que não se perdeu durante o sono. Dormir faz bem.
Eu não consigo deitar a cabeça no travesseiro. Não consigo ouvir a música do rádio e nem meus dedos malditos fudendo com esse texto.
Escuto o barulho do mar...
o mar acalma...
"quando quebra na praia...é bonito, ;e bonito"
E vou na suave melodia
de um ritmo sem fim
o vento maestro, o tempo na tela dos olhos
o telefone tocou.
não trás boas recordações, nem más...
não tem o cheiro do mar
não quero saber de mar.
Odeio o mar.
Foda-se esse mar.
Filho da puta de um mar maldito que não deixa meu pensamento controlar meus dedos.
adeus

16 de out. de 2009

Ócio

Que dia é hoje?
Uma cadeira, essa que me balança pra frente e pra trás, me disse em uma das conversas que o dia passa e a gente não percebe.
Fiquei meio assim, e ela foi me falando. Dizia coisas comuns de um semi analfabeto filósofo, que a sociedade é má, capitalista selvagem, essas coisas que todo mundo pensa. Todo mundo pensa? Não sei, mas não aguento mais essa idéia de rompimento com o mundo. Quero transforma-lo em um sonho consumista e anarquista.
O ócio da cadeira raciocina na batida da madeira no chão de barro.
Aprendendo a viver todo o tempo.
Hoje vivo de sorrisos, mesmo que seja na fotografia, há coisas que são sinceras mesmo longe.
Não faça mal pra você, cultue o rompimento, abra os braços pro futuro desconhecido e descanse do passado. Há males atrás do ócio, do pensamento ao fingimento da lembrança, por favor, não espero que o vento lhe devolva o que já soprou.
adeus

14 de out. de 2009

Não leia

Credo! Em nome do Pai e de qualquer espírito se fez Santo.
O restaurante era novo na cidade. Cague e Pague.
Você podia entrar e consumir tudo, comer os talheres ou o arroz com feijão delicioso.
Cada refeição poderia durar meia hora, após a barriga estufar, aguardar 2 horas nas camas macias, banheiras de hidromassagem etc.. O ato final era finalizado no banheiro.
Sua fezes, fruto do tal alimento, pagava o peso da dívida.
Vendia o almoço e esperava o seu pecado,
pegava o pegado e vendia no almoço.

12 de out. de 2009

Plantas plásticas

Eu caminho entre o tempo e as aparências.
A água que escorre nos rios, lagos, nuvens etc, no desespero da fuga se encontra a modernidade. Não há computadors pra expressar o que não sou, objeto de um tempo, escorrer entre qualquer mundo é fácil. Se é razão? O quadro do Picasso na parede, ninguém sabe o que diz, ninguém ou alguns. Eu quero um relógio dos Power Rangers, tele-transportar para qualquer universo, como se tudo fosse tão perto e tão longe.
Eu vi a vida plástica, a mentira disfarçada de futuro. Todos dançavam, mexendo seus corpos, mostrando seus corpos,lambendo seus corpos, sujos da esperança de um sorriso verdadeiro, daqueles que não se compra no mercado.
Vender o corpo como uma cópia da revista, na bolsa de valores ele é valorizado, o tempo é inimigo, não há motivo para se perder...não há motivo algum...zumbis.

8 de out. de 2009

Descobrir que o espelho sempre foi falso.
Entre o olhar que escova os dentes ao olhar no fundo dos olhos.
A imagem que reflete se transforma em segundos.
A mutação me dá liberdade de acreditar no novo. O novo que vem do olhar mais calmo e carinhoso que posso sentir. Como um cachoeira ou uma praia no entardecer. Acalma a alma, liberta os dragões, as máscaras se perdem.
É lá onde o silêncio reina num beijo.

3 de out. de 2009

DADAÍSMO

Não há olhos, nem sensores para modelar minhas alucinações. Há tempo. Os minutos, um atrás do outro, superação é egoísmo, é individualismo, não existe nada além do nada.
Escuta, você que chegou até aqui. Você sabe ser melhor? Vc entende? Vc consegue salvar pelo menos o seu planeta?
Escuta, escute umbigo. É depravado, hostíl, hóstia sacrilegiada.
Números não são piores que velório, a morte no corredor, a esperança de uma tarde queimando fundo...lá no fundo...há ventres e focas. Focas. Fofocas. Gritam os jornais, conspiração contra o muro, as barreiras do amor...não há barreira...seja livre pra ficar preso.
Adeus, sem mais nem menos, o fim se inicia com final prematuro.
Tenho a convicção que vc entende...
vc é esperto.
eu
Descobrir que é fraco, que o mundo lhe dá prazer, que as rosas simplesmente murcham.
Acordar na esperança de conseguir mudar a realidade, mais uma vez.
Não tenho mais medo, pode vir a equipe que está tomando conta deste show.
A simples vida, o panoptismo, o esperma medroso que não fecunda o óvulo por medo da realidade. "Sinta o que lhe digo...", Feche os olhos, solte o corpo, pule fundo.