Obrigado!

Acordei cedo, havia um gordo desgraçado insistindo em viajar. Ele estava certo, amigos não se encontra em qualquer esquina, um amigo precisava da gente, um abraço, um sorriso, estar presente. Há dias difíceis, dias sem fim, dias que nem existem.
O dia me mostrou o quanto a vida é frágil, enquanto os anos passam, o movimento dos carros, o amor que não deu certo, a tristeza de um dia que começou e terminou ao som de Sigur ros. O dia estava fresco, blusa de frio? O vento gelado dava sensação para um dia cheio de sensações. O que a pessoa deixa além de sorrisos? O que é um pai para um filho? Do nascimento ao céu, não temos que temer...na memória vai lembrar das coisas boas, dos sorrisos, das tristezas...A vida é feita de lembranças.
A tarde queimava. De cinza fez vermelho, a rosa da despedida, a volta pra casa...
Chegar e dormir, sonhar com um novo tempo, imaginando tudo que ficou.
Acordar e descobrir que talvez o que vc procura está muito perto. Na saudade se encontra o sustento para um novo futuro. O amor? O amor está tão longe e tão perto, basta abrir a porta.
Imaginar o acaso, o acaso, o acaso, o horóscopo é esperança ou arquétipo?
Dormir é libertação? Pelo menos deitar a cabeça no travesseiro e tentar encaixar esse quebra-cabeça sem fim.
O acaso.
O passado são boas lembranças. O futuro é um novo dia...nublado...com as mesmas canções, mesmos sonhos, mesmas esperanças...conhecer seu próprio pesadelo é descobrir que o tempo não é inimigo, que o vento sopra sempre ao seu favor...que em toda e qualquer decepção te leva pra bem perto daquilo que você sempre se imaginou.
Obrigado!

O colecionador de cigarros

Odeio fumaça, odeio a garganta que raspa e trás aquele gosto maldito. O pulmão preto, o câncer que cresce. Não! Não quero isso pra mim!

Alguma coisa me chamou a atenção; na tabacaria, uma caixa de cigarro foi iluminada mais que as outras tantas, importadas, nacionais...só aquela. Não sei o que me deixou mais encanado, ela piscava o código morse: S.O.S

Não tinha um puto no bolso, meu amigo, Igor, não queria pagar nem fudendo aquilo que me daria o câncer, mas as vezes as pessoas são inimigas...Vou comprar, abrir.
Star, seu nome. Made in Vietnam. Um Sax, inglês, cereja.
Cigarro de puta?
O cheiro era agradável, mas não, não vou fumar.

Conhecer outras cidades, ainda mais quando é bem maior do lugar onde moro, faz com que eu compre diversos tipos de bobeiras. Por exemplo? O cigarro...mais esse me chamou atenção. A erva de tereré 81, vc guarda na geladeira. Aqueles chicletes que vem em caixinhas de ferro.

Segunda feira, em casa o sono capota.

SONHO

VEJO O MAÇO DE CIGARRO (BOX). ELE ESTAVA TRADUZIDO EM PORTUGUÊS, DIZIA: "CADA TRAGO NO CIGARRO, UMA ALMA QUE MORREU NA GUERRA SERÁ LIBERTADA".

Os desejos não se explicam, de Freud ao meu amigo da terceira idade (André) " Ninguém faz idéia do quem vem lá" (lenine)...Fim das citações.

" Sentado em minha cama, tomando meu café pra fumar" ( Raul no Rádio).
Acendi o cigarro.

(imagine!)

Tenho meus dias contados nos dedos da mão. Raul Seixas via a morte no copo de cerveja ou no escorregão em algum dia de sol. Ela chega, se você pedir ou se não pedir. Eu nunca perdi alguém tão próximo, nunca senti essa dor de perda, mas sei que vai chegar. Tenho medo. Mas o que vou pensar quando esse dia chegar? Não há o que pensar. Sentir sufoca. O que vivemos juntos...o que não vivemos.
Não há palavras. A eternidade no pensamento.

maldito respeitável público

O Teatro vai começar antes do tempo...Não há cortinas, os personagens? Público.
Faça um panfleto, daqueles chocantes, coloque uma garota semi_nua e a seguinte frase: "Desejos são sensações". Marque o dia, a hora, o local. Ninguém vai entrar antes do tempo, todos vão ficar esperando, o teatro com a porta fechada e a fila que vai se formando. 20H30? 21h? "Ué? O teatro não vai começar? Porque esse atraso? O que está acontecendo? Puta merda!!" - A revolta tomando conta de todos, os sentidos especulados, "culpa de quem?", ninguém consegue controlar a multidão. "Ok! Ok! Silêncio! Vai começar! Entra um de cada vez!"

O público é o primeiro, ao entrar no teatro escuro, uma pessoa, um homem velho, sem meias verdades, proclama a seguinte frase: "O teatro é você, você foi enganado, vai ser sempre enganado, cabe a você saber a verdade ou mentira de tudo que vê!"
O velho vira de costas e alguém entrega pra esse indivíduo um papel com a frase:
" Vá embora daqui, logoooo...e não conte pra ninguém que foi enganado!"

A porta abre...a pessoa sai;...o teatro continua..continua...pela vida toda.

Pulmões sorrisos

Não consigo escrever. Desculpas sinceras. Não tenha medo, segure a minha mão.
Há tempos não encontrava, do amor ao amigo, o sorriso verdadeiro.
Não precisa estar, pra saber o que é. Engano meu se fosse jogada pra lá e pra cá. Hoje em dia é difícil sentir, é difícil respirar calmamente o desespero de encarar na alegria e desgraça do outro sua própria tristeza. Não tenha medo, segure a minha mão.
Há coisa que condenam, do passado ao ato de se perder. Estar distraído, esperando o acaso. Apareceu derepente, talvez eu seja a ilusão do copo de cerveja, se for verdadeiro...por favor, perca seu tempo. As palavras se perdem, o anti-escrever do início do texto vira a melodia da noite, há vida em meu mundo, em meu mudo.
Minhas mãos se libertam...há um pássaro cantando...é rock.
Acaso, acaso...

"George Krause"
é o nome do cara que fez essa obra de arte que faz a ilustração do blog.

Last kiss

O palestrante, o intermediário e o contra. Tribunal identificou o problema. Qual a proposta (interrogacao). Perdi a discussão procurando as letras num teclado que nem sei. Se o cara conhece o mínimo do processoooo....
ahhhh...suborno? (achei)
Uma empresa feliz com a natureza. Fiscalização.
Subordinado?
Chefe diz que os funcionários erraram.
Todos se concordam. O palestrante dita sua defesa. A solução?
E o problema? Identificar ou discutir pela vida toda?
A resposta na ponta do lápis.
Pra que contratar? Pra resolver o problema.
As antenas dizem não. O palestrante diz que é experiente.

Eu sou o digitador. Não tenho opnião ao que não entendo.

(o volume aumentou)

Silênci! NÃO FALA BOBEIRA.
RESOLVE O PROBLEMA, VC TEM ESSA DATA!!!!

contrata um auditor?
Chama o delegado.

(Eu não sei o que estão falando)

´RESOLUÇÃO DE PROBLEMA?

Probrema? pobreza? produtor rural. Pinto no chão.
Resolve meu problema. É fato. www.engenheirodoambiente.com.br

Hoje precisa de especialização. Assessoria? 2ss wx?
AUDITORIA.
CONTRATA O ESTAGIÁRIO.

ASSISTA" O CAÇADOR DE PROBLEMA" - Jesus e Jeová.

PEDE O AUDITOR OU ASSESSOR?
Tá bom, escuta, eu te amo cara...adorei te conhecer.

COMPRE O EDITOR!
Você~´e o culpado. MKT ambiental?

Vc, vc, vc, vc é proprietário do satan. Fez o processo dd JAH.
Colocou o loteamento em ordem. Tá tudo certo? dá tudo errado?
A culpa é de quem?

( O escritor cansou de conversa fiada)

obs: escritor não, digitalizador de tribunal.

Estou sem respirar, tenho os pulmões mortos e os sentidos em desordem de informação. Ela passou com o olhar triste, ela passou com todos os olhos, a face dizia mais que quatro acordes no violão. A canção não é de ninguém, virgens ao acaso? O mundo está vazio, escolher entre matar ou morrer, morrer é a melhor opção. Hoje está chovendo, estou com o coração e a mente feliz, pretendo pelo menos viver por hoje...amanhã eu quero ir no cinema.

antes de sexta...

Quinta quente. Dentro desta sala o ar condicionado penando pra dar o mínimo de conforto para seu dono, um escravo do tempo, manipulador das sensações. Escuto legião, frank sinatra, coisas que nem mais ouvia. Acendo o incenso, o vento fresco é saboroso, o mate gelado, o mundo dentro do computador. O msn diz que está disponível, ninguém gosta de conversar com quem está disponível, preferem os ocupados e ausentes, preferem o simulacro daquele que pára tudo que está fazendo para abrir a janela e dizer "Oi, tudo bem?". A frase do dia é o endereço do blog, ninguém entra aqui, ninguém quer saber, não há tempo pra se perder em qualquer texto. Escrever é alucinógeno, uma lambida na tela do computador, doze horas da mais pura lisergia ( k k k k ).
A idéia do texto é gorfar as idéias superficiais pra que as neuroses desgraçadas apareçam enquanto bebe o último gole da cerveja.
Sinto o corpo relaxar, a mente se desprende, as idéias estão na ponta do dedo, digitar o vazio em doses homeopáticas, de hora em hora o sino da igreja toca, estou acostumado com a solidão deste quarto, do meu amigo ar-condicionado, do incenso que me abraça com seu cheiro, com o mate, com meu corpo, quase morto, esperando estar junto ao teu.

o amor em pedaços sem fim

Esperar a onda, o táxi, o aperto no gatilho, a palavra que te leva até a boca, até o céu, até o chão. Suspeitar do progresso, enquanto a internet mostra caminhos obscuros, a realidade não o sustenta e prega peças e mais peças. Todo mundo é fácil! Não precisa ter medo, sequestro relâmpago? É só mais um dia.
Acariciou o ego com aquela que lhe deu mais atenção, deixou de lado, e outra, outra, outra, outra...
Não venda sua buceta por pequenas doses. Não faça da sua medíocre idéia, a idéia medíocre de outro. Aprender a entender o objeto do amor...é desfrutar de um futuro de pedaços e descobertas sem fim...eu ainda não estou pronto.
Vamos passear na floresta?

Onde está a árvore?

Esperar a luz aparecer, a natureza em abundância, os animais, o tempo que se locomove enquanto as pedras racham, nascendo rios, precipícios, o nascimento do homem, o homem esperto que deixa de ser nômade, cria na sua natureza o grupo, a tribo, sobrevive do vento, do tempo, da natureza, de tudo, mas enxerga preto e branco.
Entre tantas cores, não se encontra nada mais além do que o preto e do branco.
O tempo estava cinza, saiu pra caçar. Entre um e outro movimento das árvores, gotas de chuvas caíam sobre a pele. O melhor esconderijo era voltar pra tribo ou ficar debaixo daquela árvore. Ficou.
A fome deprimia, o céu não descansava, as nuvens despejavam baldes e baldes do mais alto gozo do deuses. A árvore, com sua folhas carnudas, pedia pra ser consumida.
Esticou o braço, pegou aquela que lhe seduzia por inteiro e mastigou como se fosse o último alimento da vida.
Não era tarde nem cedo, não tinha relógio, não tinha compromisso, dormiu.
Acordou com o clarão da manhã, a luz ofuscava tanto os olhos que nem conseguia abrí-los. Levantou, mesmo sem enxergar,sentindo a necessidade do mijo matinal. Sentiu algo estranho, a urina era colorida e em todos os lugares que caía, nascia cores. A folha da árvore? A chuva? Não se sabe bem ao certo. Seu mijo dava sentido ao objetos, cores aos movimentos. A tribo, preocupada, apareceu no susto e percebeu deus. "Foi a árvore! Foi a árvore!" - gritava.
Correram pra árvore, mastigaram a folha, urinavam em todos os lugares. O riacho se desprendia do preto e branco, os peixes,árvores, flores, frutos. Tudo.
A chuva começou a se formar, de cinza, se fez azul escuro. Evaporou a água colorida, chovia azul, verde, vermelho, tudo se misturava, as flores surgiram, o sentido do movimento, o sentimento vermelho, o selvagem, o sorriso amarelo.
"Tu - tu - tu - tu - tu " - dizia o celular na manhã seguinte.
Havia acordado com um belo sonho. Enxergava preto e branco.

tem um passarinho fdp gritando na janela do quarto.
Tem um coração batendo.
O céu? Quase.
Não preciso de tempo, nem passado, presente ou futuro.
Não quero nada...
sua ilusão já me basta.

Ontem

A tequila na mesa
A outra tequila na mesa
A outra depois da outra tequila na mesa
A cabeça pesava, o cérebro derretia informações.
Os olhos pediram pra descansar com a cabeça, o pensamento flutuava vozes de galos e galinhas. Minha cama, uma mesa.
"Gordão, vamos embora! Cadê o carro?"
e disse o gordão: "Está lá do outro lado, não consigo chegar lá!"
Levantar depois do cérebro no chão é a mesma coisa que caminhar em uma corda bamba no circo de soleiul. Uma, duas, na terceira deu tudo certo.
Passageiro, sei como cheguei em casa. A cama acariciou meu rosto, conseguindo dormir longos e longos minutos. A história continuava no sonho. Tinha uma bomba instalada no clube, e sua função era detonar com a cidade. Eis a dúvida: Morrer ou correr?
Corri porque não aguentava mais o desespero do álcool.

Passar um tempo bêbado, sem tempo ou céu que se possa julgar o futuro. Faz tempo que não procuro a internação, estou feliz por sentir as pernas dormentes e o sorriso no rosto de mais um dia de morte sedutora. Destranco as portas da percepção ie percebo no momento o mais puro prazer de sentir-se vivo...e nessas horas....a morte beija mais uma vez a longa ironia de ser o dualismo entre eu e nós! O eu, que nunca existiu, se perde nos sonhos e pesadelos de cada dia. Fingir é sobreviver, sem caminho ou tempo.