28 de fev. de 2010

Jesus, tão divino se fez humano. Na Santa Ceia compartilhou pra se fazer humano. Na morte de cruz se fez o capitalismo! Crucificado e eternizado, sentiu o gosto de ser humano vendido por qualquer baralho em final de churrasco.
O amor é entrega ou troca?
Procuro fugir o tempo todo, quanto mais longe do universo, quanto mais perto da divindade, mais longe de mim.
Queria acordar todo dia sem memória e nunca lembrar de respirar. Estaria sufocado e lembrando da primeira dor de tantas outras...
O mundo no cérebro é solitário-suicida, do dinheiro ao egoísmo, jesus é corpo santo na igreja. Todas as bocas beijam na comunhão uma santidade tão distante como uma televisão. Não existe pior crucificação que se entregar facilmente pelo moralismo e o auge falido de terços de ouro.
Eu estou errado o tempo todo, me perco entre as idas e vindas do inconsciente e me considero infinito. As tantas fases da vida ão de seguir até que a melhor fase chegue: bailes da terceira idade.

26 de fev. de 2010

Na pele um estado em decomposição. Enquanto os anos caminham rumo ao desespero e libertação no individualismo, peço a ela que passe protetor solar nas minhas costas.
Subindo e descendo, cada parte das costelas recebe a proteção divina para não ficar vermelho igual o diabo.
Ela diz ter o poder nas mãos, diz não enquanto acredita que suas mãos conseguem tocar toda costa sem queimar, mas nunca saiu no fogo. Ela diz que é importante fingir uma vida moral, que os anos são túmulos cada vez mais cavados pra se esquecer de viver.
O avião subiu até a hora de pular. Pára-quedas preparados para qualquer tipo de vontade suicida, abrir de-repente é um gesto perspicaz pra sentir a dor de continuar caindo devagar, tão devagar que os joelhos já nem doem ao tocar o chão.
O dia amanhece solitário, as vidas todas tão perdidas e juntas, o chão tão oco quanto a cabeça do universo, vidas controladas pela bolsa de valores.

24 de fev. de 2010

Viver e sentir dor!
Nasci em lucélia, três de junho de mil novecentos e oitenta e cinco - 20h. O primeiro choro ao ser erguido pelo médico é um pronuncio que nessa vida não se deve levar dores.
Saber a limitação de cada um é dolorido. Enquanto imaginam o cérebro sustentado por milhares de dólares, igrejas e moralismo - os blablablas se locomovem feito tiro.
Moro num país tropical, numa cidade que mais parece o inferno de tão quente. Aqui, trinta e cinco mil habitantes caminham de lá pra cá de cá pra lá em busca do dinheiro, casamento, espelho reflexos, mentalidade desumana.
Outro dia um apontou o dedo pro outrou. O outro apontou o dedo pro outro. O outro apontou para outro. Assim, todos os trinta e cinco mil habitantes caminham com esse dedo na cara.
Enquanto a vida passa, as células morrem e os pensamentos viajam, esse mundo de dedos servem apenas pra fingir aquilo que não é e nunca vou ser - igual a tudo.

20 de fev. de 2010

Pense como puta...e comerás uma puta.
Pense como romântico...e comerás lanches...
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

18 de fev. de 2010

Arma de Chumbo

É quando me lembro que o tempo passou. Aquele sorriso sem voz ou a lágrima de um pesadelo é corrompido pelos tantos vermes!

Aaaaaaaaacalme-se, enquanto me esqueço no cérebro!

As paredes tão atordoadas. Em cada célula, passado e futuro se desaguam num desespero haitiano. Lá morre pessoas como aqui.

O que mata mais? Terremoto ou Corrupção?

Vendia meus sonhos por pequenas doses de costume.
Eu sou o que você deseja? Sabe quem sou é? E quem é você? E quem te persegue? Seria todo mundo câmeras-neurotícos, espécies de indivíduos altamente moralistas?
Na igreja a comunhão seria linda, se houvesse.
Enquanto o teatro se inicia, enquanto o padre exalta o santíssimo, tantos outros olhos, corruptos do eu, sem caráter.
Há um espelho, desejos tão reprimidos! No fundo dos olhos, um oceano tão sujo, afogado, desesperado pra continuar, como se a vida fosse preto e branco.
O sorriso é sujo, a lágrima é pesadelo, não existe liberdade e o amor é reencarnação.

14 de fev. de 2010

O céu acordou florido, a tenebrosa noite respeitou e foi dormir. Os carros não capotavam mais, nem mesmo o álcool fazia vômito. O primeiro dia e o último, um adultério do tempo em meio ao carnaval. Na Bahia de todos os santos, mortos micaretas em seus orgasmos múltiplos de folia, em Adamantina de todos os junkies, os santos aparecem perto da quarta feira de cinzas.
Não é fácil morrer, nem mesmo seria tão importante morrer, mas o acaso é uma faca em direção ao estômago. Costumo ver os olhos, costumo ver os sentidos aflorados em qualquer desespero solitário de um texto. Enquanto a garrafa de vinho se despenca, deus com suas cores me chama de Santo. O cabernet Sauvignon é sangue, a crucificação do cérebro é um mero dilema de santidade. Enquanto o coração não para de bater, enquanto o céu ainda brilha, alguém me chama na porta, alguém pede socorro, alguém quer ser abençoado...

12 de fev. de 2010

nas costas

Afundou um assopro na água queimando. As mãos cheiravam gelo, haviam mudos em todos os sentidos, ninguém percebeu a multidão que se afogava no veneno das ruas que se esburacavam com a chuva. Desespero de sobreviver debaixo do telhado, não ao acaso e sim ao sol tão iluminado quanto um abajur num quarto macio que acaricia até os ouvidos, veludo, sem tumulto tudo se perde, sempre tem carnaval.
Perdido, tão longe do oceano, atrás dos cérebros, agora.

10 de fev. de 2010

Cá entre nós, os dilemas são tão reais.
Porque você não vem olhar meus olhos de tão perto?
Não quero ser seu amigo, nem o conhecido, desconhecido, quero estar feliz de mãos dadas. A cabeça está desconexa, não sabe o que fazer, nem quer saber o que fazer, a vida é minha? é sua? a esperança que termina e começa num copo de cerveja e sorvete enquanto as férias são cortadas ao meio. Amanhã acordo 13h, não sei o que vai ser de mim no carnaval, espero o bloco passar, espero que esteja lá, sorrindo, olhando, lá de longe, como quem paquera, como quem protege, como quem tem medo de saber o que está atrás daqueles olhos. Entre meses é meses, o tempo não consola, não acaricia a alma e a vida vai seguindo como quem espera a hora chegar.

9 de fev. de 2010

Um desenho.
Um círculo no meio do papel branco.
Seus traços finos, sinônimo de fertilidade, pensar em fuder, explodindo inferno e céu.
Ele negava a festa, como quem nega próximos minutos de sossego.
Ele pagava a desta, como quem festeja mais um fim.
Entre os olhos, na explosão dos sentimentos, o cu, instrumento de raiva com frases típicas de bêbados desvairados.
O círculo está cheio de mundos, redondos, quadrados, ovais.
Canhões, drogas e melancolia despertam a vida em abundância.
Não há sentido em deixar de ser o que se é: o espelho um calabouço.

5 de fev. de 2010

Air Bag

Ela diz que é amor. Enquanto isso, se desespera numa masturbação.
Sonhei a definição da realidade. Entre os desejos e o bilhete de loteria, um coração é apenas um coração.
Nas orações antes de dormir, um ateu perde seu amor. O amor foge enquanto a vida precisa de ajuda, enquanto alguém tão divinamente humano deixa seus olhos em lágrimas e sem esperança.
O carro bateu naquela árvore, a cabeça achou seu lugar no paraíso, entre o vidro e a rua, o cérebro desistindo como o sol que vai embora todo dia.
Sexta, 5, sinto os pés formigando, dores nas costas, futuro inconseqüente.
Bateu o carro pra sentir o air bag, ser abraçado por alguma coisa tão macia quanto a epiderme. Sofrimentos que se misturam numa manhã. Bom dia aos que sonham.

3 de fev. de 2010

Quando um gordo decide emagrecer?
Quanto descobre que pode morrer de infarto aos 30 anos e decide dividir toda essa comida até os 90.

Rotina

O último toc do despertar que termina.
O quarto gelado, a cama, útero personificado.
Acordar é um delírio!
Os pés no chão, a ida até a sala e cozinha; o primeiro sorriso ou o dedo na cara, o banheiro e os dilemas do dia debaixo do chuveiro.
O cachorro não apareceu pra latir o bom dia, desta vez a alface e verdura me convidou com o bife e todo o almoço. A conversa durante o almoço, acordar tarde pode ser férias.
A primeira notícia na televisão, tantas mortes, tantas vidas. O primeiro oi virtual, as tantas esperanças nas vias surreais de cabos e dados.
Os amigos tomando um tereré gelado, os dilemas de sempre, o mundo esvazia, o pensamento relaxa em algum passatempo. As palavras tão felizes e as vezes tão tristes, o transporte público, o carro fedido, o som tocando a música preferida e garotas que se trombam numa caminhante de bundas pulsastes e vontade do corpo escultural.
Poderia estar ali, mas estou aqui.
Sentado é preguiça, os quilos a mais, os quilos a menos, cada cabeça olha pro mesmo lugar ou muda de foco, de sentido.
Alguma coisa pulsa no peito, o celular no bolso da camiseta diz boa vinda pra qualquer ligação que será única. Os desejos e sonhos de todos, todos os dias.
A noite que chega tão cedo e acalma o sol. A brisa da janela do meu quarto, minha mãe pedido pra ir com ela buscar vela porque hoje é dia de algum santo. O carro me leva e trás, a gasolina aumenta e diminui.
Ligado ao cyberespaço, o universo em expansão. O novo encontro com a rua, a rua agora tão menos movimentada, os bares alcoólatras, os que se amam nos motéis, os que se amam em qualquer rua, os que tomam uma mate gelado, a água gelada que escorre pela garganta, o cigarro que engana.
O pensamento que segue junto com o carro, a idéia que lhe cobre a mente, o último texto da madrugada, a vontade de nunca terminar de escrever ou de acordar pra um novo dia.
Meus dias são assim, atrás de cada rotina, um novo tempo.
Do mar pro sertão, do sertão pro mar.
Acorde!

1 de fev. de 2010

Sou

Noite!De repente, como quem não quer nada, o universo cai sobre seus pensamentos.
Os olhos se fecham e o virtual se faz real. A solidão é um manifesto natural do tempo-ócio que corta na garganta um complemento, prazer em estar vivo.
É quando a maior idéia que se pode ter é o quanto o corpo é nada e que dentre tantas paixões, a vida limita-se ao prazer.
A música que acaricia os ouvidos, o êxtase duma garrafa de wisky ou a explosão de um choro.
Os dias flutuam sem metamorfose, o tempo de ontem é ilusão que não chega, não há remédio pra curar, é preciso entender as tantas fases da construção mental.
O pulmão seco, vontade de respirar água. O cérebro relaxando num futuro bolsa de valores. Os joelhos pedindo misericórdia pro corpo, a alma pedindo perdão pelos simples tiro na cabeça que desta vez matou meu amigo esquizofrênico.
A ilusão está em meus olhos, se quem me via se foi...alguém por aí necessita de um amigo imaginário?