14 de fev. de 2010

O céu acordou florido, a tenebrosa noite respeitou e foi dormir. Os carros não capotavam mais, nem mesmo o álcool fazia vômito. O primeiro dia e o último, um adultério do tempo em meio ao carnaval. Na Bahia de todos os santos, mortos micaretas em seus orgasmos múltiplos de folia, em Adamantina de todos os junkies, os santos aparecem perto da quarta feira de cinzas.
Não é fácil morrer, nem mesmo seria tão importante morrer, mas o acaso é uma faca em direção ao estômago. Costumo ver os olhos, costumo ver os sentidos aflorados em qualquer desespero solitário de um texto. Enquanto a garrafa de vinho se despenca, deus com suas cores me chama de Santo. O cabernet Sauvignon é sangue, a crucificação do cérebro é um mero dilema de santidade. Enquanto o coração não para de bater, enquanto o céu ainda brilha, alguém me chama na porta, alguém pede socorro, alguém quer ser abençoado...

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