O último toc do despertar que termina.
O quarto gelado, a cama, útero personificado.
Acordar é um delírio!
Os pés no chão, a ida até a sala e cozinha; o primeiro sorriso ou o dedo na cara, o banheiro e os dilemas do dia debaixo do chuveiro.
O cachorro não apareceu pra latir o bom dia, desta vez a alface e verdura me convidou com o bife e todo o almoço. A conversa durante o almoço, acordar tarde pode ser férias.
A primeira notícia na televisão, tantas mortes, tantas vidas. O primeiro oi virtual, as tantas esperanças nas vias surreais de cabos e dados.
Os amigos tomando um tereré gelado, os dilemas de sempre, o mundo esvazia, o pensamento relaxa em algum passatempo. As palavras tão felizes e as vezes tão tristes, o transporte público, o carro fedido, o som tocando a música preferida e garotas que se trombam numa caminhante de bundas pulsastes e vontade do corpo escultural.
Poderia estar ali, mas estou aqui.
Sentado é preguiça, os quilos a mais, os quilos a menos, cada cabeça olha pro mesmo lugar ou muda de foco, de sentido.
Alguma coisa pulsa no peito, o celular no bolso da camiseta diz boa vinda pra qualquer ligação que será única. Os desejos e sonhos de todos, todos os dias.
A noite que chega tão cedo e acalma o sol. A brisa da janela do meu quarto, minha mãe pedido pra ir com ela buscar vela porque hoje é dia de algum santo. O carro me leva e trás, a gasolina aumenta e diminui.
Ligado ao cyberespaço, o universo em expansão. O novo encontro com a rua, a rua agora tão menos movimentada, os bares alcoólatras, os que se amam nos motéis, os que se amam em qualquer rua, os que tomam uma mate gelado, a água gelada que escorre pela garganta, o cigarro que engana.
O pensamento que segue junto com o carro, a idéia que lhe cobre a mente, o último texto da madrugada, a vontade de nunca terminar de escrever ou de acordar pra um novo dia.
Meus dias são assim, atrás de cada rotina, um novo tempo.
Do mar pro sertão, do sertão pro mar.
Acorde!
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