26 de fev. de 2010

Na pele um estado em decomposição. Enquanto os anos caminham rumo ao desespero e libertação no individualismo, peço a ela que passe protetor solar nas minhas costas.
Subindo e descendo, cada parte das costelas recebe a proteção divina para não ficar vermelho igual o diabo.
Ela diz ter o poder nas mãos, diz não enquanto acredita que suas mãos conseguem tocar toda costa sem queimar, mas nunca saiu no fogo. Ela diz que é importante fingir uma vida moral, que os anos são túmulos cada vez mais cavados pra se esquecer de viver.
O avião subiu até a hora de pular. Pára-quedas preparados para qualquer tipo de vontade suicida, abrir de-repente é um gesto perspicaz pra sentir a dor de continuar caindo devagar, tão devagar que os joelhos já nem doem ao tocar o chão.
O dia amanhece solitário, as vidas todas tão perdidas e juntas, o chão tão oco quanto a cabeça do universo, vidas controladas pela bolsa de valores.

Nenhum comentário: