1 de dez. de 2009

Você e eu

Dias de insônia. Atrás da porta escondi todos os pesadelos, a felicidade deixa meus olhos abertos. Desculpe pelo sorriso, desculpe por meus quinze minutos de fama terem virado 15 minutos de alegria.
O dia amanheceu cinza, na rotina de um banho e almoço pra trabalhar, cumpri minha primeira tarefa de escravo-burguês. Isso, acordei para o almoço. Isso é felicidade? Não. Fui trabalhar impaciente, o calor maltratava meu corpo. Na rotina do dia, tudo é esperado. Os horários que as pessoas entram na internet, a mulher que grita com o filho que mais uma vez aprontou, a esperança de ficar rico de repente, a esperança de fugir, de sair, a chuva que chega no verão com hora marcada.
O trabalho não acabou, a noite seguiu o mesmo ritual de sempre, do mate ao amor despedaçado, o desespero sem motivo, estar feliz.
Não! Não! Por favor, preciso da sua atenção, continue lendo. Não há pior desprezo que cortar um texto pela metade. Isto por acaso é inveja da minha felicidade?
Humanos e mesquinhos, salvadores e destruidores do mundo. Enquanto minha felicidade crucifica, meu sangue-gordura libera meu cérebro para mais uma jornada.
Penso e sinto vontades todo o tempo. Na rotina dos dias procuro caminhos sem volta.
Ela não disse que sim e que não, ela não diz muita coisa, mas eu digo. Fugir entre seus cabelos, sensações sem fim, sentimentos, etc, etc, etc..? Não! Não! A felicidade não veio daí, faz dias que não tenho essa bela sensação, mas, nem tudo é perfeito.
A felicidade é inútil, nela não se encontra motivos pra viver quanto na angústia. Em tempo, o melhor caminho é se jogar em qualquer poço fundo e libertar toda a esperança pra quando ela não existir, estar feliz por estar triste, acabado, sem vontade de escrever, de sentir, sem tentativas para reanimar, descobrindo que um pulo do prédio ou um revólver na cabeça é bobeira, curtir na melhor das angústias a alegria da insônia e o desprendimento com o próprio corpo. Descobrir no espelho a tragédia do sorriso, a tragédia do corpo em movimento, a tragédia de saber que estar vivo é maravilhosamente inútil. Sorria, meu bem.

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