27 de out. de 2010

Eu

Suicídio até o pescoço, enforcado pelo riso.
A imaginação das alegorias da vida é basicamente arroz e feijão coloridos.
Minha esperança já se perdeu faz tempo, pra qualquer canalização de vida eu abro a boca e desperdiço gargalhadas. Não há mistério melhor que o individualismo, nem há existência enquanto eu escrevo. Nunca, disse NUNCA vou deixar de existir.

26 de out. de 2010

“Ao homem cabe, como tarefa, fazer com que a sua existência não seja um simples acidente sem significado, pois o problema fundamental do homem consiste em alcançar a verdadeira existência em vez de deixar a vida se reduzir a um simples acidente.” (Gilles).

Tropeçar em um olhar, nada tão simples como imaginar viver. Temos que viver pelo tempo e as vontade caminham assim, surreal.
Não sei como aconteceu, bastou existir, simples recompensa de sentir no outro a vida.
A experiência existe? Talvez. Velho e nova, novo e velho, somos iguais roupas, ou panelas, não conseguiria usar um tamanho P de camiseta, nem mesmo conseguiria ficar nu. Suas roupas me servem.
Não me importa os sonhos, os projetos, o futuro, o caminho mais fácil ou mais difícil, a família, me importa os desejo, nessa realidade que não existe e sim é fenômeno que explode derepente e as opiniões se perdem entre os desejos e os medos do futuro.
Distraídos, sentados cada um com seu sorriso, olhares e vontades, deixam o caos conspirar. E o dia de amanhã? Vamos chupar um sorvete?
Luz no final do túnel. Cheguei no trabalho tarde, perdi minha manhã com dores na garganta e costas, meu pulmão deixou os exercícios preparatório para entrar na mesa de cirurgia e resolveu simplesmente tossir.
Antes de dormir já sentia o meu corpo se perdendo, durante uma semana ela vai estar por aqui me atrapalhando, me dando inspiração pra odiar ainda mais o fato de existir.
Não há fator comum entre um olhar a não ser a simples vontade de estar de mãos dadas vendo a lua ou as estrelas. Lá tudo é muito escuro, não dá pra saber como a poeira entra pelo nariz, como a criação de um sentimento aparece, simplesmente as coisas mudam e mudam pra melhor.
Fui soterrado pela gripe, fui amaldiçoado por meu travesseiro e fico angustiado pensando no melhor remédio pra me livrar de tudo isso.
Nossa, que drama! Hoje é apenas terça e tenho apenas uma gripe.
O tempo passa e tento me inspirar em qualquer dor, alegrias e vida.
Hoje estou um alegre-triste, um morto-vivo, um moribundo, terminal que busca ressuscitar nos desejos de um pensamento.

24 de out. de 2010

A pele murcha sobre os ossos apodrecidos, os dedos mordidos, sujos, imóveis. Do pulmão ao peito o desafeto de uma vida assim tão mórbida. Seus pêlos caindo, seu nariz escorrendo, os colares pesados no pescoço, o peito murcho, útero retirado, quase sem células. Um sorriso, um belo sorriso, impossível de se ter enquanto o corpo é tudo isso. Um sorriso de quem tem os olhos abertos, o cérebro em conexão com o eu-outro.
A infelicidade, os manifestos do corpo, as dores do parto.
Quem não sofre simplesmente de dores? O pé que machucou, o nariz sangrando, a cabeça doendo. Temos tempo pra perder e ganhar, sentir e respirar, sofrer e morrer.
Cheguei de viagem, ótima viagem, pessoas bacanas, tudo certo, vou dormir. Boa Noite.

20 de out. de 2010

Quem poderia tocar um negócio assim?

Noite e dia, manhã.
Decididamente vestido, roupas de linho sangue.
Porque você não deixa esses macacos aí? Gritam por bananas, abacates, feira livres.
A liberdade e sua odisséia de independência. Compramos presentes no natal.
Quando meu pai queimou o braço estourando um rojão, talvez Jesus fosse o culpado. "HAHAHA" O fogo é espírito, explosão.
Meu tênis velho me leva até onde não estava, caminhar é despreparo para obeso e felicidade pra atleta. Na labuta de um sorriso, sorrisos e mais sorrisos, choros, pagode, samba-rock, samba raíz. E ele morreu?
O sino tocava de hora em hora. Ainda bem que não moro naquele prédio do lado da igreja. Imagine só! Lembro quando o pica-pau tentou morar do lado do sino, tremia feito vara pra matar morcego, maldito tempo, só querem mostrar que de hora em hora temos tempo de apagar todo o texto e pedir perdão por respirar.
O dentista está morto! Não há pastas nem escovas de dentes. Os dentes apodrecem como a maça de Eva, a primeira grande puta. Coitada! "Mulher é o mal que lúcifer bota fé" Tom Zé é definitivamente Adão. E nessa história de amor, perdeu o dente,a maça, o sorriso, dores nas costas, sentimentos e o pior de tudo, insisto escrever sem mesmo ter idéia do que dizer, livre e espontânea vontade de suicidar e exercitar meus dedos.

18 de out. de 2010

Nascer de um parto. Somos todos benditos e malditos pensamentos. Entender as mudanças da alma, esse ser estranho que nos enche de melancolia, é silêncio, medo e explosão. Nada como pensar a realidade que muda a todo momento, porque estou aqui, quais são meus verdadeiros amigos, inimigos, escolhas, sonhos. 
Abri a porta do quarto, deitei na cama. Não sou um conselheiro, nem um maldito rebelde em busca da mais louca razão! Pense comigo, em quantos minutos sua vida muda da água pro vivo, do céu ao inferno.
O telefone tocava, q tela do computador me chamava e já nem consigo dar atenção ao espelho. Sinto medo e vontade do futuro, tive as minhas escolhas e meus sentidos, foram todos perdidos, assim, feito pó.  E agora?
Ela me deu um bolo saboroso, doce. Eu dei o meu pé no saco dela, será que eu encho o saco?
A vida não é escolha, talvez o acaso, talvez esse tempo duro, talvez eu já nem penso assim no futuro perpétuo das igrejas, penso sim em dar o melhor de mim e que enquanto puder aproveitar o dia, as conversas, os encontros, as verdades e mentiras, a confusão mental e os dilemas, sei que estou respirando e sei que ainda é só o começo

13 de out. de 2010

Sobre o começo e o fim do mundo

Luz frenética nas pupilas ansiosas como os ouvidos atentos ao berro da guitarra. Na distorção da cabeça, no cérebro que se surpreende com os riffs, os gritos, os amigos, a vida na multidão de um caminho junkie.
A música é cérebro e êxtase, eterno sexo. Na imagem do movimento das ondas sonoras meu corpo é um recipiente da mais alta abertura e vontade de não perder tempo de sentir.
Os pés estão doloridos, as pernas também, as costas. Dor e cores, música e cheiro.
Estou em casa, penso em mudar certas coisas na vida. Daqui um mês perco minha fome, hoje já não vou fumar mais e a promessa que é dívida vai ser a busca de alguém que me compreenda, alguém igual a música, que chega e entra e modifica e fode com a cabeça.
Desisto da manipulação do romance, do sino de ouro pregado na porta do inferno, dos minutos assim tão degradados com a vontade sendo exprimida por conseqüentes negações.
Há um tempo pra sentir vontade, sentir saudade, sentir o céu e o inferno.
Hoje já não quero sair só, procuro pesadelos nos olhares das garotas e tento confortá-las com o mais duro e simples abraço. Alguém me diz que ama todas...eu, coitado, só quero amar uma.
O fim do mundo começou, meu discurso é de quem percebeu que ter consciência em sentir é ter exatidão nas coisas perfeitas do mundo, mas, nada é perfeito e os desejo andam atrás de todos os olhos.
A melancolia que toma conta de mim é saudade das coisas que se passaram e das coisas que vivo. É difícil estar bem o tempo todo, mas saber o que faz bem é ótimo. O A e o Z estão distanciados mas um não vive sem o outro.
Na realidade...o fim do mundo está na cabeça, não pela morte, não pelo fim, pelo novo.

4 de out. de 2010

Ouço buracos nas paredes
tão longe quanto as metralhadoras do tráfico
consumir o corpo em dívidas
despejar milhos aos frangos

Fritos nos dias
a cabeça aquece entre as borrachas
o cheiro do outro é insuportável
suor e desespero

Peço que espere alguns minutos
Os ponteiros estão no alvo
a cólera da esperança
precisa de um sentido

Pausa para o descanso
o descaso é culpa do gato
Sífilis ou Zen
doença e preguiça

A garota está nua
meu pai entra no quarto
esqueci da garota nua
ele diz que vou operar

Começa cortando as tripas
os pulmões enchem de sangue
a luz é muito clara
clara como a garota nua

Ela sorri feito macaco
Desesperada em se encontrar
Martela seu clitóris com machado
Chora feito um gato
o descaso é culpa do gato
Alguém aí comprou ração?