24 de out. de 2010

A pele murcha sobre os ossos apodrecidos, os dedos mordidos, sujos, imóveis. Do pulmão ao peito o desafeto de uma vida assim tão mórbida. Seus pêlos caindo, seu nariz escorrendo, os colares pesados no pescoço, o peito murcho, útero retirado, quase sem células. Um sorriso, um belo sorriso, impossível de se ter enquanto o corpo é tudo isso. Um sorriso de quem tem os olhos abertos, o cérebro em conexão com o eu-outro.
A infelicidade, os manifestos do corpo, as dores do parto.
Quem não sofre simplesmente de dores? O pé que machucou, o nariz sangrando, a cabeça doendo. Temos tempo pra perder e ganhar, sentir e respirar, sofrer e morrer.
Cheguei de viagem, ótima viagem, pessoas bacanas, tudo certo, vou dormir. Boa Noite.

Um comentário:

Cáh disse...

Temos tempo pra perder e ganhar, sentir e respirar, sofrer e morrer.



tbm acho. e que por pior que este tempo atrase qualquer festa, é necessário. quase uma honra ter tempo para tudo isto.