28 de jun. de 2010

Tenho acentos, pontos. A tecnologia evoluiu tanto que hoje já é difícil saber com que dedo-pensante eu escrevo. Mas, como não tenho medo, analiso durante esse texto pra que todos os caracteres tenham sido programado pelo dedo indicador, pra mostrar mesmo de uma vez por todas o que eu tento mostrar e não vejo.
Não consigo controlar o ballet dos outros ansiosos em busca da união, da palavra, da melodias das entranhas da unha, sujeira da rua, dos olhos, boca, cabelo.
Não carrego nenhum anel, nem mesmo penso em usá-lo, apesar que ganhei um essa semana, mais era de papel, se perdeu na torneira quando fui limpá-los por livre e espontânea higiene.
Coço o nariz e o segundo que passa me faz pensar na miragem do futuro, sobrando do passado os suspiros, as vontades na perda, no estímulo do toque, a mão que acaricia meu cérebro, gesticulando de lá pra cá seu ofício de liberdade televisionada, mas eu tenho calmo, eu nunca perdi ela, nunca deixei prender meu dedo na porta, não tenho dores, todas as unhas semi-cortadas, não mais trituradas pela ansiedade.
Os dedos brigam um querrf escreverfd no gluigar do outreoo, o incondicional futuero, o desejio pelock innfdinito, os dwedos começxam a se entender, tudo recomeça, existe um cérebro pra todos.

26 de jun. de 2010

Escutei o barulho dos socos no estômago de um cristo.
Crucificado enquanto tomava seus goles, falava demais, cuspia demais, demasiadamente desumano. Se fosse pra ser, merecia seu cérebro esfolado na mesa.
O dono do bar tem razão? Mais se ele e' o culpado de tudo isso. Tem razão?
Aquela garota com suas maquilagens pesadas, sua pele pesada, gorda feito mac donald, fuma um cigarro atras do outro e repete as mesmas palavras de todos os dias: " Oi, tudo bem?"
As vezes penso que poderia ter sido eu, ali, deitado agonizando minha dor no estômago, os socos bêbados de raiva, a masculidade pelo instinto de tentar ser o que nao e'.
A outra rouca, com seus medos de baratas e sua voz irritante (melhor que fosse muda) despreza aquele que jorra sangue.
"Prepare sua festa" estampa na camiseta, minha festa faco nos sonhos, na vontade de nao existir, na vontade de encontrar talvez alguem tao igual a mim que e' dificil romper com o chao, com os pregos, com o soco, com o relogio, estou com sono.





(tudo sem acento)

25 de jun. de 2010

tons de Cinza

Escovo os dentes, coloco a roupa de dormir, deito na cama e fecho os olhos.
Tudo fica claro, claro feito cinza, do mais branco ao preto mórbido, da cor de qualquer dia. A vida se despede e os sonhos saem atracados nas bonecas peladas sentadas no canto do quarto. Ela me pergunta se a vida pode ser melhor e digo que e' tudo culpa da Lua, se o corpo tem grande quantidade de agua, na lua cheia os lobos saem da cabeça e mostra a melhor dor.

18 de jun. de 2010

Talvez a culpa seja da estação do ano. O outono indo embora e o inverno chegando.
Na coberta deixei presos desejos tao sensíveis por simples desperdício.
Isso e' uma calunia, um desespero daquele que procurou e achou, como se nao fosse possível e a vida essa ficção de busca pelo impossível.
Olhei pro lado e vi meu corpo no espelho, meus desejos-verbos e minha visao tao maluco quanto os olhos baixos. Senti Alice nos meus pensamentos e acabei atrasando o relógio pra nao perder o tempo e nao deixar de respirar, sem sufocar, calmo.


(os acentos, frutos dos teclados.)

16 de jun. de 2010

pelados

Escrever te sufoca. E' como suspender o cérebro ate o ultimo degrau e deixa-lo cair com a boca cheia de sangue. Escrever e' suspirar pelos desejos, realizar na imaginação e esquece-los.
Hoje o caos, bem logo aqui, em cima dos meus dejetos.
O chiclete, ela queria chiclete. Ele seguia com suas rodas ate' o evento esportivo. Ela queria chiclete. Então, como bons cavalheiros e jovens saudáveis: paramos o carro.
O gordo (ele) nao sabia o caminho? Estava brincando de siga o mestre? Nao sei, mas de qualquer forma deixou segundos preciosos passar e transformou sua tarde em uma batida com direito a sangue alienígena.
Ainda bem que o dia nao teve fim, do transtorno do carro amassado ao televisor com a voz do galvao bueno, um pulo. E foi então que brasil ganhou, comemoramos, bebemos, curtimos o universo pensando nele e tiramos do nosso corpo segundos de vida.

9 de jun. de 2010

"Vem derepente um anjo triste perto de mim" e faz um sorriso sem graça, como quem estivesse esperado todo esse tempo pra vir me abraçar. O anjo pede por minha alma, pelos roncos ao deitar, pelo sangue sugado pelo coração. Pede pelos desperdícios, pesadelos, vontade de viver o tempo todo à toa, falecido, suspiros.
Morrer é dolorido e eterno, vira e mexe vem esse anjo pra ressuscitar. Digo já, estou tão acostumado com isso que ele até se cansou de mim. Minha orelha está fervendo, dessa vez disse que vai me ajudar, que é uma terapia, terapia ocupacional, disse que vai me levar pra cima dum prédio e pedir, como quem dá esperança, pra eu pular.
Talvez fique leve, lúcido, esquecido. Talvez encontre seu rosto no chão e deixo toda ira afundar na sua vagina.

8 de jun. de 2010

O tempo é um tempo parado onde tudo pode estar acontecendo ao mesmo tempo ou você não basta de uma ilusão transbordando de ruídos alucinógenos de amor.

6 de jun. de 2010

A noite estava calma, deveria ter ficado em casa curtindo as cobertas e o leite bem quente? Deveria, mais saí de casa. Nas minhas orelhas carecas e frias a decepção da música, o deslumbre de milhares pela merda no ventilador, pela prisão da pele, pelo desejo que é uma mera troca de angústias assim tão decadente.
Como se a história do universo estivesse naquele refrão, naquela explosão de fogos, do violão de aço.
Tenho inveja, deveria ser malandro e sair enganando todo mundo pra ficar rico e ter uma merda de status. Mais não tenho inveja, tenho vergonha das pessoas que se despencam na decadência de ilusões amorosas de animais com a simples decadência de dizer que é dependente, corno e manso.

3 de jun. de 2010

Nada ficou pra trás. Aos 25 anos trago toda derrota e angústia, felicidade e sensações de procurar renascer todo dia. O que sou hoje senão um capitão de barco, navegando pelo mar, pelas tempestades, pelos desejos.
Tomei muito, engordei meus quilos e perdi a razão. Perdi no tempo muitas vontades que nunca vão morrer, perdi na lerdeza, no romantismo de esperar, na falta de tempo.
Meu tempo já está nos 25, existir é complicado...é como morrer todo dia, lembrar do dia anterior e imaginar o futuro.
Estou com saudade da infância, saudade da adolescência, saudade de deus, saudade do inferno, saudade da rotina, saudade do tempo parado, da praia, da onda, da terra, do caos.

1 de jun. de 2010

A melhor dor do mundo

A violência dentro da garrafa. Foi isso que ele pediu quando pensou duas vezes se um soco vale mais que mil palavras. Claro que não vale. Nesse caso ninguém se cortou?
Ninguém, mas a energia continua. Poderia até ter sangrado, poderia até ter chorado, mais mesmo assim, a existência é um mero diálogo.
E gastei meu celular em doses de bom dia, gastei na vontade de fugir? Claro que não, a lembrança é a memória de agora, a memória que pode se perder na garrafada na cabeça.
Mais nem tive traumatismo craniano, nem sequer movi minha bunda do banco pra discutir. Medo? Talvez, medo de deixar de lado, de perder o que trago na memória, de não entender qualquer dilema que há de vir. E se por acaso tiver que escrever um livro apenas piscando o olho? Que o presente seja alegres lembranças daquilo tudo que há de vir. Que o presente me sufoque logo, me deixe assim tão encabulado, meio tonto, meio triste, alegre, perdido, apaixonado, odiando, gritando...
Pedi pra não morrer, pedi pelos longos cabelos que vão crescer, quero morrer cabeludo.