9 de jun. de 2010

"Vem derepente um anjo triste perto de mim" e faz um sorriso sem graça, como quem estivesse esperado todo esse tempo pra vir me abraçar. O anjo pede por minha alma, pelos roncos ao deitar, pelo sangue sugado pelo coração. Pede pelos desperdícios, pesadelos, vontade de viver o tempo todo à toa, falecido, suspiros.
Morrer é dolorido e eterno, vira e mexe vem esse anjo pra ressuscitar. Digo já, estou tão acostumado com isso que ele até se cansou de mim. Minha orelha está fervendo, dessa vez disse que vai me ajudar, que é uma terapia, terapia ocupacional, disse que vai me levar pra cima dum prédio e pedir, como quem dá esperança, pra eu pular.
Talvez fique leve, lúcido, esquecido. Talvez encontre seu rosto no chão e deixo toda ira afundar na sua vagina.

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