5 de mai. de 2010

Bipolar

Respiro a ansiedade de uma indecisão.
Os pulmões ressecados pela chuva que não veio, queimando em seus neurônios o desespero de não saber pra onde.
Fiz uma prece, o melaço gruda nos meus joelhos e me deixa violento com o meu corpo, começo cortando os olhos, mas ela continua ali na minha cabeça, o nariz, a boca, o tato, ela continua na minhas cabeça e eu na dela.
Aqui de fora meu corpo clama por desistência, o cérebro leva o corpo num penhasco e pula pra ficar tetraplégico. Deitado sem ouvir, falar, respirando pelos aparelhos, imóvel, cego.
O cérebro sorri! A alma sorri! O corpo ali, mais vivo que muito defunto por aí.
E ela na cabeça.

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