Um pensamento, daqueles que te puxa pra dentro e sem nenhum sentido você esquece de todo o mundo ao redor. Estava indo embora pra casa, antes, tentamos ir num circo-teatro e não deu certo, surpresas boas durante o espetáculo, vermelho, sangue e paixão, novela do sbt, mas, continuando no que estava falando (o pensamento me fiscou aí), senti que as noites servem pra curar lamentos, ansiedades fugindo com um sorriso, o vento que não secava meu suor, vamos embora daqui!! Entre um tereré e outro, entre um e outro vai e vem do ioio, o silêncio reinava no domingo, domingo de missa, cura interior, pensamentos suspensos, por onde seguir, pra que sentir?
E foi então que ajudei um amigo com seu carro sem gasolina enquanto ia embora, falei sobre as bandas que tocam com orquestras com o outro que estava feito zumbi do meu lado, o time dele ganhou, ele bebeu umas e outras, outras e oto.
Ninguém pediu Otto, talvez porque estão cansamos de ver ela fuder: "fudia de noite e de dia".
"Falow, até amanhã."
Entre uma casa e outra, os milhares de sonhadores em suas camas e eu sonhando, esperando, calmo, vejo um cachorro, um cachorro no meio da rua, um cachorro sossegado, em risco, claro, alguém poderia atropelar, mas, porque não deveria ser eu?
Sua cabeça, sem cabeça.
Logo que matei, morri. O grito de um latido, o silêncio sendo fodido pela morte, os tantos cachorros ao seu lado, o pulmão ainda respirando, os últimos minutos, os últimos sonhos, a luz branca...ei, olha a luz branca...siga a luz branca.
Eu não matei ninguém, o cachorro viu o carro e sorriu feito o "MAILON" (Nome dado pela rapaziada para todos cachorros de rua - Mascara), seus dentes afiados mordiam o pneu, estourou, claro, fazendo com que eu desistisse de seguir. O filho da puta latia, latia, latia, latia, sem fim...
Ele disse: "E por acaso sou mais ou menos forte que você?
E por acaso foi um acaso eu te encontrar?
Quantos já latiram?"
O filme é mudo, o texto é surdo, ninguém ouve.
O cachorro não existe.
O caos não existe.
O céu não existe.
Coisa inexplicáveis acontecem, basta deixar que as nuvens cheguem.
Um comentário:
você deveria ter matado aquele cachorro.
Postar um comentário