20 de abr. de 2010

Oto

Cheguei com cheiro de fumaça, fome e vontade de fazer conexões interplanetárias. Ansioso, desci do carro e esqueci de trancá-lo. O carro na rua, o carro todo aberto.
Adamantina é uma cidade perigosa?
Se for, meu carro é camuflagem. Lá deixei a carteira, tereré, documento do carro, balas, chicletes, cheiros e desespero. O suor do banco de couro, o som desligado e o pendrive com três mil músicas.
Ninguém apareceu pra levar. Dormi feito um anjo, anjo gordo no frio do meu quarto.
Mamãe, tão legal ao amanhecer, um grito no meu quarto às 7h da manhã... "Alessandro você deixou o carro aberto!! Que horas que chegou? Hoje você vai tomar vacina, de hoje não passa!"
Estou sem entender até agora, já que o carro não foi roubado, eu não comecei a espirrar meus pulmões e meus horários pouco importa, a idéia é chegar.
Essa terça com cara de sexta e realidade de sábado começou com o pé errado, espero pela noite um churrasco que me acalme...mais calmo...bem calmo.

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