14 de dez. de 2010

INTERDIÇÃO

Desperdício de opiniões, orações, credos e suspeitas de malditos estados de vida.
Meu livro está escrito debaixo do braço e meu cérebro é decomposição. Não escuto mais os murmúrios da multidão, da maldição, da manipulação. Peço aos deuses dos tambores a batida que vai destronar e desmitificar a realidade. Um mantra selvagem que deixe a vida livre, constante presente e passado desperdiçado na mesa com um arroto profundo de gozo sustenido.
A clínica está fechado, não há comida para deuses, apenas porcos famintos, secos, sentidos, suados, frutos do ano, da perdição dos números, das flores que não são colhidas, dos amores interrompidos por guilhotina, das melancolias de um dia, dos desespero de um ser humano digno de suas próprias angústias.
Despeço