6 de mar. de 2009

Manifesto

A Arte está confusa. No canto do quarto, pressionada contra a parede, aguarda uma solução para aliviar suas neuroses depressivas. Os livros na estante calculam cada etapa de sua longa vida, suas fantasias e neuroses, seus medos e depressões. Talvez seja seu fim ou apenas mais uma transformação. Procurar um psicólogo? Que nada! A questão não é se ela existe, mas, existindo ou não, o que ou quem ela poderia salvar.
O quadro de um bilhão de dólares estampado na camiseta, Basquiat tendo uma overdose de heroína, senhoras e seus perfumes importados olhando atentamente aquele belo quadro, jovens fantasiados de modernidade, música nas rádios, música no cérebro, o pintor da esquina, o terrorista poético, o filme analista da arte contemporânea, o indivíduo como escravo do próprio costume e consumo, o quadro psicodélico da vida e da morte, os vários buracos na camada de ozônio, o filme detrás pra frente.
Todos sabem de tudo e tudo é nada.
A Arte é o desperdício do nada, a fraqueza do humilhado ou a alegria do glorificado. Seu dualismo contamina a cabeça e faz estimular todo o resto do corpo para que, na saúde ou na doença, você se case com ela e tenha ótimos filhos.
A eternidade no museu de belas artes ou a eternidade da criação da sua cabeça não trás esforços pra que ela deixe de se confundir. A arte pelo dinheiro, a arte pelo objetivo, a arte pelo tratamento, a arte pela ascensão, a arte pelo futuro, está em suas mãos. Não há tempo para ler esse texto ou respirar, o corpo em movimento e sua arte, a anatomia e suas neuroses, dão vida a Ela. Estar distraído pelo tempo, a câmera dos olhos, o barulho dos carros, a mudança de atitude, o tempo em mutação, o caminho errado.
A arte está confusa porque está em criação. Seu tempo não tem 24horas, até o fim é longo e belo. Se confundir, com o tempo e aquilo que te cerca, faz criar e recriar um mundo onde o nada é tudo.

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