O ônibus lotado, a perna formigando, o fone nos ouvidos rompendo os tímpanos. Sete da manhã. Sono. Almoço?
O taxista brigou com a mulher, também, não parava de ligar. Ibirapuera. Natureza em meio ao caos. Caminhadas, rotinas e vontade de ficar o tempo em volta do lago perdido.
Tá bom, deixa pra lá. Vamos logo pra Vila do Chaves. Banho, roupas belas, metrô.
Sarajevo é sinônimo de inferninho. Lotado, apertado e quente, o funk soul jazz assustava os ouvidos, e as pernas, não paravam de mexer, dançar pra existir. A outra sala, escura e suas luzes no teto, dava a sensação de pesadelo, piscando na música, os olhos sentiam a dor e a alegria de estar ali.
Ir embora? Acordar com fome. Churrasco. As tardes nem sempre são vazias.
No teatro Mars a viagem submarina. Um filme do lynch? Há conexões.
Vamos aprender a dançar? Vamos? Um, dois e três. "É assim a noite inteira?"
O samba jazz soul pronunciava o inimaginável, o orgão a 250 bpm, a banda merecia os olhos, os ouvidos. PARE! "Com vcs a inimaginável mulher com a espada na cabeça!" Entrou, com seus peitos e bundas rompendo a saia, dança indiana. Espera aí, tem outra banda? Sambasonic, sambarock, diversidade cultural, japonesa, los hermanos, paraíba, baterista robô. Acabou??
"Respeitável público" - a mulher entra e começa a subir nos panos. Quatro andares, 100 metro de altura. A música já tocando na alma e o espetáculo de uma noite em busca da felicidade eterna.
Sorrir e sofrer, lamentando a felicidade entre uma estação e outra, o domingo do faustão seria monumental. Almoço, dinheiro no bolso, táxi.
Era quase 15h, o portão aberto...até parecia que tudo estava vazio.
A primeira cerveja e as portas da percepção sendo abertas. Los Hermanos é melancólico e feliz, suas músicas na mente e seu desperdício de dia nublado, chovia o início e dizia: Seja bem vindo.
O Kraftwerk chegou de nave espacial, machine machine machine, na multidão o culto a evolução da música eletrônica e a atmosfera surreal dava inicio ao drama final.\
O momento esperado, todos amassados, suados, fedidos, doloridos. Radiohead não é uma banda, não é um indivíduo, é esquizofrênia. Imagine.
De tempo em tempo, cultuar o improvável é belo e insólido.
Um comentário:
Sorrir e sofrer sem rir e sem chorar. Choque facial, não, apenas luzes iluminando o cantor de opera do nosso lado e distorcendo o espetáculo por mais ou menos 30 minutos.
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