21 de mar. de 2012

Com a cabeça aos leões e o rompimento das juntas, o corpo se decompõe na velocidade da luz.
O mundo oscila entre o inferno e o céu, os sentimentos são desperdiçados em pequenos tubos de conexões, vontades do além ou desespero de sentir o que não se pode ter naquele momento. Droga, digno de terapia, talvez um exército pra destruir todas as conexões do cérebro, um exército de cola de sapateiro, crack, cocaína, haxixe, lsd, heroína e esperança. Não! A droga realmente faz você virar seu pai, trancado numa casa, perto de um terreno baldio, as pessoas enterram seus sonhos em pequenas lajes, pequenas dúvidas, com seus orifícios soltos no céu, esperando pra que a abelha mais pontiaguda deposite suas moedas, suas fraquezas e cheiros.
Eu temia pelas cores que via naqueles olhos, eu amava saber que poderia estar fingindo a eternidade...quantos pecados escondidos, quanta vontade de devorar aquele ovo de páscoa de chocolate, aquela maldita esperança maltrata...e o coelho não consegue botar o ovo, o coelho nem existe, o outono chegou, as folhas despencam, o tempo escurece, está fresco, está melancólico, as mãos sangram...primeiro de abril, já não sei o que se passa...quando ela passa.

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