3 de nov. de 2010

Suspender as costas com argolas

No parque de diversão
entre o dinheiro da roleta
e o trem fantasma
os ossos espremidos de uma criança

Na porta da sacanagem
um espetáculo independente de terapia
os anjos salivam água oxigenada
e transformam o sangue em ácido

Corrói o cérebro até o inferno
num poço tão fundo até no japão
Lá é muito claro, muitas luzes
a rua é fruto da evolução

Os macacos comem os restos
das pessoas mortas no parque
Os macacos sempre querem
escondidos dentro das bolachas

Um pulou ali tão longe
na cabeça de um zumbi

o nariz está entupido
sangrando luzes
os vermes estão roendo
minhas pernas enformigadas

Carreguei minha esperança
com dores e doritos
enchi a fome de sacanagem
e desisti de entender

com quantos litros se faz uma criança, jogada, espatifada em cima da cruz, mutilada pelas balas, salgados e odores moralistas das mães.

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