No parque de diversão
entre o dinheiro da roleta
e o trem fantasma
os ossos espremidos de uma criança
Na porta da sacanagem
um espetáculo independente de terapia
os anjos salivam água oxigenada
e transformam o sangue em ácido
Corrói o cérebro até o inferno
num poço tão fundo até no japão
Lá é muito claro, muitas luzes
a rua é fruto da evolução
Os macacos comem os restos
das pessoas mortas no parque
Os macacos sempre querem
escondidos dentro das bolachas
Um pulou ali tão longe
na cabeça de um zumbi
o nariz está entupido
sangrando luzes
os vermes estão roendo
minhas pernas enformigadas
Carreguei minha esperança
com dores e doritos
enchi a fome de sacanagem
e desisti de entender
com quantos litros se faz uma criança, jogada, espatifada em cima da cruz, mutilada pelas balas, salgados e odores moralistas das mães.
Nenhum comentário:
Postar um comentário