7 de out. de 2008

Pelo investimento

A evolução da distribuição da música fudeu com os ouvidos e com o tempo.
Tenho 23, baixo a música e escuto navegando pela web, dirigindo, etc...

Nem sempre foi assim.

A fita, o Vinil, ladoA ladoB era simples e sedutora. Tinha 11, ligava no carro e deixava tocar ou na sala de estar, deitado no sofá. Decorando letras, aprendendo a ouvir, aprendendo a ter paciência de esperar. O carro parado, sua função era apenas ouvir, fingir bateria, guitarra, voz no ar.
Raça Negra, Leandro e Leonardo, Skank - coisas que nem me imagino escutando - era tocada e decorada, sabendo o momento certo do pandeiro, da segunda voz ou da distorção calanguera.

A evolução das mídias era surpreendente, o cd era qualidade. 14 anos. Pedi de Natal dois: Skank e Baba Cósmica. O encarte te leva a viagens surpreendentes diária, o lugar para ouvir era os mesmo, a vontade de conhecer, de buscar a verdade de cada instrumento. As vezes roubava cds do meu tio, de legião urbana, plebe rude a música italiana, the smiths. O rock n' roll nascendo numa criança.

A ideologia cara da música, o pensamento reflexivo, o porquê? de cada letra. O motivo.

Da música para músico, tocar aquilo que escuto, que me doutrina e me leva pra cima e pra baico.
Tocar e prazer, danos mentais, danos de comportamento, reprovações aqui e acolá, Igreja´. O músico quer gozar desse prazer de fazer o que quiser em qualquer lugar.

Voltando para música, afinal, esse texto é sobre música e não músico.

O tempo chega, 23, banco de dados explodindo, de música alemã do século passado ao cd que nem lançou na loja. O que se ouve?

Hoje a busca pelo saber de tudo, conhecer, faz com que a boca vomite milhões de banda e nada de ideais.

Tenho uma banda, UMBIGO. Vai lançar um cd. Você conhece?

Não precisamos de ouvintes, não precisamos do outro, daquele que conhece por conhecer e critica por comparar e não encherga a realidade de cada um.

O rock morreu? A televisão massacrante (clichê) transforma girinos em pequenos robos da busca pelo nada. Do Daniel ao Nx Zero, a música de cada um diz a mesma coisa e desanima qualquer novo feto a buscar a sua realidade.

Compro sempre cds, com encarte e tudo mais. Hoje volto a ser criança, sentado no banheiro com o som alto nos ouvidos, o encarte na mão, decorando e entendo um novo tempo do tempo que não se passou e nem se transformou.
O passado, presente e futuro dentro de mim. Bem vindo, sensações.

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