2 de set. de 2011

O rosto esmurrado pelas próprias mãos. Construção da melancolia em meio ao caos.
Eu ainda guardo os traços daquela paisagem, um desespero simples de filme iraniano. Sei que talvez sou uma ferramenta ilustre da morbidez de um tempo, um paradoxo sufocante de existência sem mesmo conseguir respirar.
A fumaça que corrói meus relógios. Ponteiros ajustam simultaneamente enquanto suspiros desejos além do esquizofrênico. Uma fumaça que surge na cabeça, uma música diminuta com suaves prestações de adeus.
Bem-te-vi e já estou suando. É inverno e o sol se faz fantasmagórico. Assusta até os que desejam o corpo brasileiro.
A bandeira estendida, o cenário armado, o fato que se consome e consome até o manifesto de toda uma vida ser depredado e cuspido pelo suor de um resquício do momento. Suaves prestações bancárias, respirar pra existir.