30 de nov. de 2008

acorda, toma coca e mete

era um fim
da noite...da novela...do romance...
deu certo?
quem?
exatamente apareceu do nada...começou a dançar...
Identificação...
trazer pra casa e fazer amor?
Você não compreende?
Vc vai se deixar levar?

Aquele barulho dos gemidos...
não aconteceu...era tudo mentira.

O gosto do morango na boca...
o gosto do salgado na boca..
o cheiro do azeite gostoso..
aqui! Achei..
alegritos.
Metade de tudo é felicidade
a outra metade...
já se foi...
ontem

29 de nov. de 2008

também dá pra dançar

sentado no sofá ao lado está valdeir batendo os pés.
Não é mentira nem é verdade, mais a comida já cheirava bem.
Ninguém conversa, "candomblé" vinha aos ouvidos e a vila do chaves era pra sempre.
Alguém tocou a campainha, a tristeza era que não existia a bendita campainha...Pra chamar bastava ser amigo, dar um toque de celular.
O celular vira despertador, campanhia, mini-system, máquina fotográfica.
Os terrorista esperavam ALÁ avisar o momento certo pra explodir acolá...
ninguém respeita nínguem....do candomblé ao cristianismo os deus fumam seus charutos do sucesso e esperam que a morte seja a libertação. Ter medo pra que? Ajoelha e chora.

26 de nov. de 2008

o banheiro

...abri o chuveiro e esperava tudo aquilo cair.
...sentado em cima do ralo pra água transbordar.... deixando o chuveiro levar..toda desgraça...

Foi lá que aprendi tudo que imagino entender até hoje.
O violão virava elétrico, a voz...a voz era um hino egocentrista...podia ouvir de tudo.
A primeira relação eu e minha mão, o primeiro contato com as fezes...o espelho franco atirador de dizeres sobre um eu desconhecido.
Quem me via de lá longe...não sabia quem eu era.
Foi quando...ao me deparar na porta...não tinha entrada para homens ou mulheres...
era meu...
Quando o piso molhava...só eu escorregava...quando desistia...era nele que ficava...
o boletim na escola, o choro da reprovação, trancado no banheiro não só caia a água...ventava.

24 de nov. de 2008

O policial

Do outro lado dava pra ver aquele vagabundo. A fumaça subia e a brisa rompia os ligamentos das pernas, mãos, costas. Apontar a arma como quem vende uma roupa ou um caixa do banco que cobra uma dívida... Lá estava meu cliente.
A arma apontada e o grito de raiva saía da minha boca como se ele fosse um verme asqueroso e destruidor de família. A minha mão tocou aquele rosto seco em uma martelada; a brisa já não soava como saída daquela lata. Aquele menino, era minha função.
Todo mundo tinha um código. Cada indivíduo atuado em flagrante recebia uma marca. A minha era simples, com um caco de vidro, desenhava a letra P. Cada policial recebia uma das letras da palavra "POLICIAL" e quando era completada, escolhia a melhor forma para matá-lo.
O garoto ensangüentado gritava por socorro. Tive que fazer engolir os dentes.
Quieto no canto, pediu para mostrar o braço. No braço só faltava uma letra: P.
Deveria pensar duas vezes antes de matar.
Quantos anos? 14. Estuda? 6ª. Família? Família?
O silêncio rompia...
Família?
Família?
Não vai falar? Não vai falar?
Com um tiro na cabeça, desperdicei uma bala e perdi um cliente. Todavia, portanto, porém, tudo se perdeu, jogado no mato, o fogo consumia, ninguém sabia, que aquele menino era eu.

21 de nov. de 2008

...e como foi estranho ver tudo aquilo.
Pensou

19 de nov. de 2008

era assim...

Doente é o que sou.

Atrás dessa pele estão os ossos, tecidos, gorduras, predicativos do sujeito
Não é através do olhar que existo, é coisa de cérebro
Ela fitou aqueles dias em que a deixei e repetiu como se fosse um jogo
De par para ímpar ficou tudo perdido
Na pele de uma semana, a gordura acumulava sem caminhadas
O final de semana chegando
O final do ano chegando
o fim já chegou
entre a doença e a diarréia
o vômito de uma vida existencial
a felicidade desaparece entre uma frase e um refrão

14 de nov. de 2008

até quando?

Era um dia qualquer. A rotina começou a mudar com a chuva que não veio no final da tarde. Já era noite. Alguém conversava na esquina.
O que? Pra que? Porque? Bobagem. Diz que era só amizade.
Não sei como, mais tudo isso mudou. O tempo fechou e a chuva do final da tarde chegou. Não são os erros. Claro, ninguém está errado. O que é a verdade?
A vida passa nas escolhas. Isso ou aquilo. Deus ou nulo-deus. Esquerda ou direita.
Fé ou descrença.
Sério?
Ser sincero.
Verdade? É isso mesmo?
Não sei.
Nem me lembro onde joguei as chaves.

12 de nov. de 2008

Auto-ajuda: Como conquitar o sucesso

Tenha dinheiro.
A mallu magalhães é uma gracinha. Parafraseando Titãs: "a melhor música de todos os tempos da última semana". Não!! Não!! Não é 15 minutos de fama. Os 15 minutos ela usou pra conquistar a fama. Gravou úmas 5 músicas de folk, de bob dylan a qualquer outro cantor americano e soltou no my space.
Tudo poderia ser normal, mais um no meio de tantos que procuram sua identidade.IDENTIDADE? Cadê?
CONSPIRAÇÕES

O pai ligou pro my space:
"Olá senhor my space, você poderia colocar minha filha como a mais ouvida?"

my space respondeu: "Claro! Eu cobro um real por pessoa e mais mil reais para divulgação."

e disse o pai: "Eu quero 1 milhão de acessos e 20 criticos de música".

e my space respondeu: "Minha conta é essa 548976462. Me avise assim que depositar e espere 15 minutos"

O telefone desligado e a esperança no ar...
"Ela conseguiu! Parabéns menina! Você é a florzinha do papai!"

"O produtor chegou" - a empregada anunciava.

"Você vai ter que vestir essas roupas, falar que desenha desde criança e que escutava Caetano. Por favor, não fale que vc gosta de xuxa, desenho animado, essas coisas. É pra ser cult, menina! Não se esqueça, drogas só com 18 anos."

O final você já sabe. Atrás de um grande músico há uma maleta de dinheiro. Isso vale pra sertanejo e Mamonas Assassinas.

11 de nov. de 2008

existu

vestiu o short, a camiseta preta, a meia e o tenis para caminhar. Nos ouvidos o fone e pregado na camiseta, o mp3 player.
Tomou o remédio moderador de apetite e acelerador de destruição de gordura, tomou água.
Se esticou na escada, alongou as pernas, os braços, as costas. Pegou a chave do carro, o celular, o desentupidor de nariz.
Abriu a porta, sentou, ligou o carro, primeira, segunda, brecou...primeira segunda...brecou..chegou.
Desligou, abriu a porta, saíu. Fechou o carro, deixou o celular. O desentupidor e a chave estavam no bolso.
O sol torrava o rosto. A pele branca, suada e gorda.
Passo a passo o mundo foi reconstruído. Em 3 voltas ao redor do buracão, a perna não enviou nem um sinal, estava lá, fazendo o seu papel, caminhando como quem caminha numa fábrica. No pensamento a vontade de fazer um samba. "Lá onde o céu já não se encomoda..." tocava no fone...
depois de 45 min, fedido e desesperado...percebo a função do corpo. De que vale ser se não é. O sogro de um amigo morreu. A vó do meu outro amigo se suicidou. Aquele menino atleta está em estado de coma. Um dia me disseram que já sentiam nojo de mim...outro que me amava...outro que me odeia...outro que me adora...
Estou pronto mesmo? Pra sentar numa cadeira de roda? Pra ficar pregado numa cruz? Pra ficar na cama? no caixão? enterrado? Estou mesmo pronto? Quando tudo isso termina? Quando será o fim da busca? O que será de todos os meus? as minhas?
É quando deus se maniFESTA como uma "grande e úmida vagina". (buhougs)e com seu corpo molhado e acolhedor, te suga e sufoca para tomar o último gole de seu desespero!
UFA!

Já estou sentado. Digitando...os dedos traduzem pensamentos fragmentados...e de que vale tudo que se é escrito? Alguém aí está lendo?